As queimadas, que já assolam diversas regiões do Pará, atingiram neste sábado (14) a capital Belém, mais especificamente as matas da Embrapa, na avenida Perimetral, no bairro do Marco. O incêndio, iniciado após um casal atear fogo em cabos de cobre, ganhou proporções alarmantes devido à vegetação seca, avançando rapidamente e colocando em risco áreas próximas, inclusive um posto de gasolina.
Testemunhas relataram que o fogo se espalhou com facilidade, e algumas árvores localizadas em uma área pertencente à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também foram atingidas. A frentista de um dos postos de combustível da região descreveu a tensão vivida pelos trabalhadores. “Estávamos com medo de que o fogo atingisse as canaletas com respingos de gasolina. Liguei várias vezes para o Corpo de Bombeiros, mas eles demoraram a chegar”, contou ela.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a demora no atendimento se deu pela alta demanda de ocorrências de incêndios em toda a Região Metropolitana de Belém naquele dia. O combate às chamas foi intenso, sendo necessários 40 mil litros de água para controlar o fogo até o final da tarde. Mesmo assim, o trabalho dos bombeiros deverá continuar nos próximos dias, já que há risco de novos focos surgirem.
Uma árvore foi completamente destruída, e a cena de devastação causou indignação na comunidade local, que tem sofrido com o aumento das queimadas urbanas. O temor é que o cenário, já agravado pelo clima seco, se torne ainda mais crítico nas próximas semanas, especialmente se não houver uma ação mais contundente para prevenir esses incidentes.
As queimadas em áreas urbanas, como as registradas na Embrapa, não são apenas um risco ambiental, mas também uma ameaça direta à segurança da população. O avanço das chamas para regiões próximas a postos de gasolina, residências e áreas comerciais torna a situação ainda mais alarmante.
Especialistas têm alertado sobre a necessidade de uma resposta mais ágil das autoridades e de campanhas de conscientização para evitar que práticas perigosas, como a queima de lixo ou cabos de cobre, continuem acontecendo em áreas vulneráveis.
Belém, que já enfrenta uma série de desafios relacionados à preservação ambiental, se vê agora mais uma vez no centro de uma crise que expõe a fragilidade do combate aos incêndios e a insuficiência de medidas preventivas. O episódio deste sábado deixa clara a necessidade de ações imediatas e eficazes para proteger a capital paraense de mais um desastre ecológico.