Paulo Bemerguy – jornalista do Blog do Espaço Aberto
Édson Raymundo Pinheiro de Souza Franco. Poucos haverão de saber quem é. Édson Franco. Muitos, senão todos, saberão quem é.Édson Franco, posso dizer com orgulho e satisfação, foi meu primeiro chefe. Ou patrão, se quiserem.
Conheci-o no início de 1982, quando ele assinou minha carteira para atuar como assessor de Imprensa e produzir o informativo interno (de periodicidade semanal) do Centro de Estudos Superiores do Estado do Pará (Cesep), então a maior instituição privada de ensino superior paraense, que depois se transformaria na Unespa e, em seguida, na Universidade da Amazônia (Unama).
O emérito educador também era o administrador workaholic, o orador brilhante e o redator por excelência. A sala que eu ocupava ficava entre a de Édson Franco e a do professor Paulo Batista, um dos sócios do Cesep e, se ainda me recordo bem, pró-reitor de Administração.
Como as divisórias eram de uma espécie de compensado, facilmente ouviam-se os sons nos ambientes contíguos.E um som eu jamais esquecerei: o metralhar emanado da Olivetti (quem não teve uma, não é?) de Édson Franco. Sua agilidade ao datilografar era alguma coisa de impressionante.
Conheci pouquíssimas pessoas que datilografavam com a mesma velocidade de Édson Franco. Uma delas, por coincidência, seu xará Edson Messias de Almeida, juiz federal aposentado e advogado atuante (como também brilhante).
Uma vez, quando mencionei sua habilidade na datilografia, doutor Édson brincou, entre uma tragada e outra: “Se um dia eu ficar sem um emprego sequer, pego a minha máquina, alugo uma salinha ali por perto do Ve-o-Peso e vou tentar ganhar dinheiro datilografando qualquer documento que as pessoas precisarem”.
Como deixei o Cesep por volta de 1984, não tive a oportunidade de ver Édson Franco digitando num computador. Mas suponho que sua agilidade nos teclados deve ter aumentado, certamente.
Enquanto trabalhava sob seu comando, tive a honra de tê-lo como padrinho de casamento, juntamente com dona Nazaré. E muito depois, em 2002, também fui honrado com o grau de bacharel em Direito que me foi outorgado por Édson Franco, na colação de formatura conjunta que era tradicionalmente realizada no salão da Assembleia Paraense.
Édson Franco subiu para a Eternidade nesta quarta-feira, aos 86 anos.Vai fazer falta.Muita falta.Mas o legado que ele construiu haverá de ser, sempre e sempre, uma referência imorredoura, a confirmar a paixão que ele sempre teve pela educação, os sonhos que o animaram durante sua vida frutuosa e a pertinácia e talento que o levaram a concretizar muitos deles.
Meus sentimentos a toda sua família!