Um caso envolvendo abuso de autoridade e desacato colocou em evidência os riscos de comportamentos inadequados dentro das forças de segurança. Na madrugada deste sábado (16), o delegado Igor Vasconcelos Fernandes foi detido em Fortaleza após insultar e desafiar policiais militares que atendiam uma ocorrência em um restaurante.
Segundo apuração, a equipe da Polícia Militar do Ceará (PMCE) foi acionada por volta das 22h30 da sexta-feira (15) para o restaurante Carneiro do Ordones. A denúncia apontava um homem armado, aparentemente embriagado, ameaçando clientes. No local, os policiais abordaram Igor Vasconcelos, que, mesmo identificado como delegado de folga, reagiu com ironia e xingamentos.
Um vídeo da confusão mostra o delegado Igor Vasconcelos, visivelmente alterado e com a fala arrastada, respondendo aos agentes com ironia e xingamentos. No início da gravação, ele chama o policial de vagabundo, que responde: “Vagabundo não, me respeite”.
Em outro momento, Igor diz “Eu sou delegado de polícia, tu é quem?”; e o policial militar responde “Eu sou subtenente da Polícia Militar, estou trabalhando”. “Você tá de folga, bêbado”, diz o PM.
O clima de tensão aumentou depois que o delegado insultou o subtenente da PMCE, chamando-o de “vagabundo” e proferindo outros xingamentos. Ainda descontrolado, desafiou os policiais para uma briga. Diante da resistência, reforços foram acionados, e Igor foi algemado após recusar-se a colaborar. Em um gesto de afronta, ele insistiu em ser transportado no compartimento de detenção da viatura.
O delegado foi conduzido ao 2º Distrito Policial, onde foi enquadrado no artigo 331 do Código Penal, referente a desacato a funcionário público. A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) abriu uma investigação administrativa para apurar os fatos, enquanto a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) foi demandada, mas ainda não se manifestou.
Casos como este destacam a importância de responsabilidade e equilíbrio emocional em posições de poder, sobretudo em instituições de segurança pública. A confiança da sociedade na aplicação da lei depende não apenas da competência técnica, mas também da conduta ética de seus representantes. Pessoas descontroladas nessas funções não só colocam em risco a credibilidade das corporações, como também ameaçam a segurança de todos.
Do Ver-o-Fato, com informações de Diário do Nordeste e G1 Ceará.