Contestado, xingado, apontado como vilão, perna de pau pela torcida, Ribamar teve sua noite de herói, de salvador da pátria azulina nesta segunda-feira, 22, evitando que o Remo fosse precocemente alijado de ainda sonhar em ficar entre os oito times que disputarão o acesso à segunda divisão do futebol nacional. E tinha que ser ele, quase ao apagar das luzes, estufando as redes do CSA, no 2 a 1.-
Remo recebeu o CSA no Mangueirão e saiu com mais três pontos. O primeiro tempo começou truncado, mas depois que o Remo achou seu gol, o jogo ficou todo para o Leão, que poderia até ampliar na primeira etapa.
Veio o segundo tempo, e o Remo com um jogador a mais não conseguia se impor perante ao adversário que fez o gol de empate. Mas, no finzinho da partida, Ribamar operou o milagre. O jogo valeu pela 14ª rodada da Série C do Brasileiro. Foi o primeiro jogo do azulino no Estádio Olímpico na competição deste ano.
O Remo entrou em campo em busca de reabilitação. Vindo de derrota no último confronto, o Leão chegou com sede de três pontos para se manter vivo na luta pelo G8.
A bola rolou com o Remo tentando se impor como dono da casa, mas o CSA estava esperto e também frequentava o campo de defesa do Leão.
Mas foi com o Remo o primeiro lance de perigo de gol da partida. Aos 6 minutos, em boa jogada pela direita do ataque, o cruzamento foi na medida para Ytalo finalizar pra fora, raspando a trave.
Depois disso o jogo ficou meio morno, O Remo até tentava fazer algo, rodeava a área dos alagoanos, mas não conseguia infiltrar na zaga adversária. Enquanto isso o CSA se portava como a maioria das equipes que jogam fora de casa, se fechando e esperando o erro do dono da casa para acertar um contra-ataque.
Como infiltrar dentro da área estava difícil, o Leão tentou o tiro de longa distância. Diogo Batista recebeu a redonda e mandou um chutão de esquerda para o gol, mas a bola fez a curva indo pra fora.
O Leão merecia e na bola parada conseguiu. Aos 30, depois de uma cobrança de escanteio, Diogo Batista cruzou na cabeça de Ligger que não perdoou e mandou para o fundo da rede. Gol do Remo, gol de quem queria jogar futebol. 1 a 0.
Depois do gol, o Remo continuou indo pra cima, o CSA não conseguia ter reação, e com o placar a seu favor, o dono da casa ia aos poucos dominando a partida.
Até que aos 43 minutos, a vida do CSA piorou. Em contra-ataque do Remo, Kelvin foi derrubado na entrada da área, e o zagueirão Matheus Santos levou o segundo amarelo e o vermelho, deixando o visitante com um a menos.
E com o cenário do Remo mandando na partida, o juiz apitou o fim do primeiro tempo. Foi uma etapa em que só o Leão jogou. O Remo começou com dificuldade para furar a defesa do adversário, mas quando achou seu gol, dominou a partida e o CSA nada fez. 1 a 0.
Ribamar tira urucubaca
O segundo tempo começou com o Remo não deixando o CSA respirar. Logo aos 46 segundos, Raimar puxou um contra-ataque em alta velocidade, tocou para Cachoeira que ficou na cara do gol, mas o meia chutou em cima do goleira. O Leão perdeu uma chance incrível.
E quando todos achavam que a equipe de Alagoas estava morta, o engano. Depois de um cruzamento perfeito na área remista, a bola foi na cabeça de Tiago Marques, que com um movimento de manual, o artilheiro do Azulão não desperdiçou e mandou sem chances para Rangel para o fundo do gol. Foi o gol de empate do CSA, um castigo de quem não faz, leva. 1 a 1.
E o jogo que era todo remista, depois do gol do Azulão, as coisas mudaram de figura. O CSA começou a gostar da partida, o jogo ficou aberto. O visitante estava armando contra-ataques perigosíssimos. Nem parecia que o time alagoano estava com um jogador a menos.
E depois de muitos contra-ataques dos dois lados, aos 32, quase o gol do desempate. Em um cruzamento na área, a bola foi nos pés de Rodrigo Alves finalizar, mas Yuri Sena operou um verdadeiro milagre para defender uma bolaàa queima roupa. Mais um gol incrível que o Remo perdeu. Naquele momento, o Remo pressionava o CSA.
O jogo estava ataque contra defesa. O técnico remista Rodrigo Santana colocou todos os atacantes disponíveis em campo.
E aos 39, depois de uma cobrança de escanteio, Ribamar finalizou de bicicleta, ia ser um golaço!, mas o CSA tinha Yuri Sena, que estava fazendo um milagre atrás do outro e foi buscar no ângulo a bola que poderia ser o gol mais bonito da competição. O goleirão era o nome do jogo.
Mas com muita luta, muita garra e muito suor o Leão conseguiu o gol do desempate. Aos 43, depois de uma linda jogada de Marco Antonio, ele cruzou na cabeça de Pedro Vitor que ajeitou para a finalização certeira de, pasmem, Ribamar completar para o fundo do gol.
Nem ele mesmo acreditou que balançou as redes depois de muito tempo e muitos gols perdidos nesse período. Senhoras e senhores o Ribamar não só fez gol, como fez o gol da vitória azulina. Tirou um caminhão de críticas das costas. Delírio da torcida azulina.
RAIO X DA PARTIDA
Remo: Marcelo Rangel, Ligger, R. Castro (Marco Antonio), Paulinho Curuá (Matheus Anjos); Diogo Batista, Raimar, Jaderson, Pavani, Kelvin (Pedro Vitor), Cachoeira (Rodrigo Alves) e Ytalo (Ribamar). Técnico: Rodrigo Santana.
CSA: Yuri Sena, Raphinha, Matheus Mega, Matheus Santos, Roberto Gustavo; Nicola (Robinho), Buga, Lucas Marques (Kalebe Costa); Brayann (Matheus Buiate), Vitor Leque e Tiago Marques. Técnico: Higo Magalhães.
Árbitro: Julio Cesar Pfleger (SC).
Assistente 1: Henrique Neu Ribeiro (SC).
Assistente 2: Alexandre de Medeiros Lodetti (SC).
Quarto Árbitro: Gleika Oliveira Pinheiro (PA).
Delegado Local: Delciraldo da Silva Araújo Filho (PA).
Analista de Campo: Elaine da Silva Melo (PA).
Melhores momentos e gols