Nesta quarta-feira (26), cinco dias antes da estreia do remake de “Vale Tudo”, a TV Globo divulgou a abertura da novela. A versão original da trama, escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères foi ao ar em 1988, e em comemoração aos 60 anos da Globo, a história ganhou uma nova versão, escrita por Manuela Dias.
Christiano Calvet, gerente de criação da emissora, afirmou que buscou retratar os mais de 212 milhões de brasileiros em cerca de 150 imagens. A peça homenageia a versão original com Gal Costa entoando os versos de “Brasil”.
A abertura retrata a cara do Brasil e reúne cenas de diferentes estados, ressaltando a culinária, as paisagens, festas populares, a fé, as raças, e o cotidiano do povo, incluindo o famoso “jeitinho brasileiro”, representado por um ato de corrupção em Brasília (DF).
O destaque especial para Belém na abertura conta com a castanha-do-pará, o Círio de Nazaré, a Catedral da Sé e o Mercado do Ver-o-Peso, que aparecem entre as imagens que representam a diversidade cultural do Brasil.
“Mantivemos a música de abertura porque entendemos que ela tem uma força incrível, está no imaginário cultural brasileiro, e a interpretação da Gal segue moderna e potente. Acreditamos que seja um presente para o público que assistiu à novela em 1988 e carrega na memória afetiva, mas também para toda uma nova geração que conhecerá essa voz e esse discurso, que foi o retrato de um Brasil”, explicou Juliana Medeiros, coordenadora de Produção Musical dos Estúdios Globo.
A trama tem como tema principal a corrupção e a falta de ética no Brasil. Ao “Memória Globo”, o autor da versão original, falecido em 2021, contou que a origem da novela se deu após seu pai Durval, morrer em 1963, em decorrência de um infarto. A família ficou surpresa ao saber o valor da pensão que receberia. Ele era escrivão de polícia e ao morrer, descobriram que o salário que recebia não conseguia manter o alto padrão de vida que tinham. Assim, descobriram por meio de um tio materno, que Durval recebia dinheiro por fora.
“Havia um incêndio, ele recebia algum por fora para não dizer que foi criminoso”. Em uma reunião familiar, o tio, que foi delegado em Belém, foi humilhado por ter fama de ser honesto e ter uma vida simples, e aí surgiu a criação da trama.
Em 2016, um júri convocado pela revista Veja elegeu “Vale Tudo”, empatada com “Avenida Brasil” (2012), como as melhores novelas da história da teledramaturgia brasileira em todos os tempos.