Todo início de um novo ano é um momento que a maioria das pessoas reflete sobre a carreira e onde gostaria de estar. Mas, para colocar em prática o sonho de mudar de profissão, conquistar uma nova posição ou até mesmo abrir um negócio, é preciso arregaçar as mangas e investir num programa de transição de carreira. Até porque o mercado de trabalho está altamente competitivo, com mais profissionais do que oportunidades disponíveis, e ainda instável por conta das consequências da pandemia e do cenário político e econômico.
Segundo a Diretora de Operações da Consultoria LHH São Paulo, Maiti Junqueira, muitas vezes as pessoas estão esgotadas, cansadas e desgastadas da busca por uma colocação e buscam uma solução rápida para mudar de carreira, a qualquer custo. O risco dessa mudança desestruturada é gerar novas insatisfações em um curto prazo, além de outros impactos, como na vida financeira e familiar.
Transições de carreira bem sucedidas são feitas com planejamento e entender os motivos da insatisfação atual é um bom começo. “O mundo atual requer uma adaptação frequente às mudanças, um jeito novo de fazer, mesmo nas profissões mais tradicionais e neste período, com um cenário turbulento, esse ponto requer especial atenção, pois exigirá dos profissionais uma dose maior de resiliência e persistência. Portanto, se a insatisfação existe porque o profissional deseja atuar como no passado, no emprego anterior, por exemplo, não será uma mudança de emprego que irá resolver isso”, explica a diretora.
Maiti reforça ainda que outros pontos precisam ser analisados, como: a história da pessoa, quais os seus talentos, o que ela tem a oferecer ao mundo e os seus valores, o que faz brilhar os seus olhos, assim é possível identificar o seu propósito. “Se o profissional não estiver alinhado ao seu propósito, os obstáculos que surgem no dia-a-dia de trabalho pesarão cada vez mais e ele se sentirá esgotado. Já se estiver alinhado, tais obstáculos serão percebidos como desafios, que o fará se desenvolver cada vez mais. Ele terá mais clareza e capacidade de enxergar as possibilidades de crescimento na carreira e as etapas a serem cumpridas, mesmo que isso implique em renunciar posição, cargo ou dar alguns passos para trás para recomeçar.”, afirma a especialista
Quanto maior a natureza da mudança, maior o tempo a ser dedicado ao planejamento. “Sabemos que todo recomeço requer maior aprendizado e mais tempo para gerar resultados, por isso é fundamental ter uma boa reserva financeira e uma nova forma de gastar os seus recursos, até que a nova carreira seja rentável”, orienta Maiti.
Nesse estágio é preciso investigar as necessidades do mercado, checar se é preciso se atualizar em conhecimentos técnicos e desenvolver competências comportamentais complementares. Maiti afirma ainda que agora é o momento de traçar um plano de ação prático, com metas e datas bem definidas para o profissional estar preparado para colocar tudo em prática no início do ano que vem, quando grande parte das empresas abrem seus processos seletivos.
Em toda essa jornada o profissional precisa ser o protagonista, ter a capacidade de aprender, desaprender e agir, colocar as ideias em movimento. “Além disso, ampliar conexões com pessoas da área e saber que pode buscar ajuda profissional, de um coaching e/ou mentor que agregue conhecimento e experiência, além de metodologia para agilizar e viabilizar o seu plano é fundamental”, conclui a diretora.