Um comentário feito por uma suposta ex-colega do suspeito de estuprar um menino de 12 anos no Shopping Boulevard, em Belém, reacendeu discussões sobre o comportamento do homem antes da denúncia. O relato, compartilhado nas redes sociais, descreve impressões pessoais sobre a convivência com o suspeito durante a época da faculdade.
A mulher, que afirmou ter estudado com ele, mencionou comportamentos que considerava “estranhos”, descrevendo uma sensação de desconforto em sua presença e lembrando ocasiões em que ele a abordava em locais públicos. Ela relatou ter evitado visitas à residência do suspeito, interpretando isso como “um livramento” à luz dos recentes acontecimentos:
“Ele fez faculdade comigo, sempre teve um comportamento estranho, de quem deve algo. Fazia faculdade pra subir de cargo se não me engano no exercito, é homossexual. Eu sempre senti uma energia ruim perto dele, era excluído e eu sempre tentava incluir ele nas coisas da turma, ajudava em trabalhos acadêmicos pois ele pareci ter problemas sei lá, era meio lesado, um olho estranho, o olhar mais ainda.
Quando eu ficava só na parada de ônibus ali na doca ele aparecia do nada eu ficava com uma sensação ruim, umas conversas estranhas que ele tinha, e eu não entendia. Agora sei oque era… meu Deus que livramento eu tive, pois já fui convidada pra ir a casa dele lá pra Ananindeua mas sempre fui muito ocupada e não dava de ir😢😢😢😢 meu Deus que aflição. Eu tinha pena dele e medo.”
Esse relato é apenas um entre os muitos compartilhados na internet desde que a Polícia Civil divulgou a imagem do suspeito, que é soropositivo. A divulgação visa incentivar outras possíveis vítimas a denunciarem crimes semelhantes. A delegada Danielle Ambrósio destacou que há indícios de que o homem tenha agido de forma recorrente.
Espaço público seguro?
Enquanto as investigações avançam, internautas também debatem sobre a segurança em locais públicos. Comentários nas redes destacaram a necessidade de maior vigilância em áreas vulneráveis, como banheiros e escadas de emergência. “São espaços pouco monitorados, e situações graves podem acontecer sem que ninguém perceba”, comentou um usuário.
Trabalhadoras do local também afirmam que existem muitos locais já conhecidos por acontecerem situações no mínimo estranhas no mesmo shopping.
Apesar da indignação generalizada, especialistas alertam sobre os riscos de julgamentos baseados em impressões pessoais ou estigmas, como orientação sexual ou condições de saúde.
A Polícia Civil incentiva vítimas e seus responsáveis a procurarem a Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente (Deaca) ou outras unidades policiais para registrar denúncias, essenciais para a apuração dos fatos e apoio às vítimas.