Uma nova modalidade de assalto, que tem deixado o setor farmacêutico em alerta máximo, começa a se espalhar pelo país, partindo da região centro-sul, principalmente São Paulo. Quadrilhas armadas têm invadido estabelecimentos buscando não apenas dinheiro e objetos de valor, mas especialmente um item peculiar: as canetas utilizadas em tratamentos para emagrecimento.
Com um custo que ultrapassa os R$ 1.000, esses produtos se tornaram alvos preferenciais dos criminosos, que visam revendê-los a preços vantajosos pela Internet.
Segundo relatos da polícia, esses grupos criminosos têm agido com extrema rapidez e conhecimento detalhado sobre o funcionamento interno das farmácias. Pedro Ivo Correa dos Santos, delegado de polícia da DEIC, destaca que “eles se baseiam na velocidade”, permanecendo no local por poucos minutos, o suficiente para saquear os medicamentos desejados. Esse conhecimento interno se estende ao direcionamento específico para as canetas de emagrecimento, indicando uma ação premeditada e organizada.
A onda de assaltos não se restringe a uma região específica da cidade. Farmácias no Centro, Zona Leste, Zona Norte e Zona Sul de São Paulo têm sido alvos dessas quadrilhas especializadas. Em alguns casos, uma mesma farmácia foi assaltada mais de uma vez no mesmo mês pela mesma dupla, evidenciando a audácia e a recorrência desses ataques.
O que chama a atenção das autoridades é a mudança de foco dos assaltos, que agora não se limitam mais apenas à busca por valores em dinheiro. Os criminosos têm demonstrado interesse principalmente em remédios de emagrecimento e psiquiátricos, com destaque para as canetas utilizadas nesses tratamentos. Renata Pereira, presidente do Sindicato dos Farmacêuticos de São Paulo, ressalta a falta de medidas preventivas e de suporte para os trabalhadores após esses incidentes violentos.
Alerta do delegado
Além dos impactos no comércio local, a comercialização desses produtos roubados na internet, muitas vezes por valores mais baixos, levanta preocupações adicionais. O armazenamento inadequado desses medicamentos pode comprometer sua eficácia, como alerta o delegado Pedro Ivo Correa dos Santos. “Um dos criminosos que foi preso semana passada tinha dezenas desses remédios numa sacola, guardada fora de refrigeração. Com certeza esse remédio perdeu algum tipo de eficácia”, ressalta.
Diante desse cenário, torna-se urgente a implementação de medidas de segurança mais robustas nas farmácias, bem como um acompanhamento mais efetivo por parte das autoridades policiais. A falta de suporte aos trabalhadores afetados também clama por uma atenção especial das empresas do ramo e dos órgãos responsáveis.
Enquanto isso, a população e os estabelecimentos comerciais permanecem em alerta diante dessa nova modalidade de crime que assola o setor farmacêutico.