A Polícia Federal encerrou neste final de semana a Operação Draga Zero, com a inutilização de 302 balsas de garimpo que estavam atuando de forma ilegal no Rio Madeira.
Com o apoio do Ibama, eles percorreram 1500 km no Rio Madeira, passando pelos municípios amazonenses de Autazes, Nova Olinda do Norte, Borba, Novo Aripuanã e Manicoré, com o objetivo de combater os crimes de garimpo ilegal cometidos na localidade.
A prática da atividade na região, além de causar danos ao meio ambiente e à saúde pública em virtude da contaminação do rio por mercúrio e cianeto, também interfere na cultura de povos tradicionais, uma vez que áreas indígenas chegaram a ser invadidas pelos criminosos, na região de Manicoré/AM.
Os agentes chegaram a usar imagens de satélite, para identificar os locais com maior concentração de balsas usadas pelos garimpeiros. As ações se dividiram em seis pontos espalhados pela região.
O Superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Umberto Ramos, afirmou que os garimpeiros chegaram a se esconder em embarcações próximas as comunidades indígenas, e que isso surpreendeu os agentes durante a operação.
“São dragas encontradas próximas de comunidades indígenas e dragas que se movimentaram efetivamente para dentro de terras indígenas. Nós recebemos denúncias ao longo do caminho da nossa expedição e exatamente por os atores conhecerem um pouco da legislação e saberem que as terras indígenas gozam legitimamente de uma proteção do Estado maior do que as terras que não têm essa qualificação”, explicou o superintendente.
Ainda de acordo com a Polícia Federal, a operação de combate ao garimpo ilegal deve continuar.
“O nosso objetivo realmente é sufocar, asfixiar essa atividade aqui no nosso estado. Nós atuamos no Japurá, nós atuamos na região do Jurupari, nós atuamos na região do Içar, no Solimões, no Rio Negro. Agora progredimos pelo Rio Madeira”, resumiu.