“Eu estava dormindo e senti a casa balançar. Pensei que estava com algum problema de saúde, mas ouvi um vizinho gritar que a terra estava tremendo”. A narrativa, ao Ver-o-Fato, é de Raimundo Oliveira, 47 anos, morador da cidade de Anajás, município paraense na fronteira com Amapá, na manhã desta sexta-feira. O abalo sísmico assustou outros moradores da cidade e da zona rural. Nas redes sociais, pessoas comentaram o tremor.
A Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) registrou um tremor de terra naquela região do arquipélago do Marajó, informando que o abalo ocorreu na divisa entre os municípios de Breves e Melgaço, no começo da tarde.
Segundo o Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), o tremor de terra, com 4,7 graus de magnitude na escala Richter, ocorreu por volta das 13h30. E previu novo tremor, por volta das 18h desta noite, mas no município de Portel, na mesma região.
“Pedimos que todos fiquem em casa”, recomendou a RSBR. Em Belém, alguns geólogos, ouvidos pelo Ver-o-Fato, explicaram que esses tremores são comuns em todo o país e que pode ter havido acomodação de terra em camadas profundas do solo. Esses tremores, de baixa intensidade, são sentidos na superfície.
Mas por que a terra treme no Brasil, já que estamos no centro de uma grande placa tectônica e não nas bordas dessa placa, onde os tremores são mais sentidos, causando prejuízos materiais e pavor nas pessoas?
O Brasil está situado sobre a Placa Sul-Americana. Longe da borda de uma placa, os riscos de terremotos de grandes proporções são menores, com magnitude média de 4,5 graus e a uma profundidade baixa (30 quilômetros). O Acre, no entanto, apresenta o maior nível de atividade do país em número e em intensidade dos sismos, pois está na região de abrangência dos efeitos da placa de Nazca, que, quando encontra a Placa Sul-Americana, no litoral do Peru, invade o continente.
No início da madrugada de quarta-feira, dia 28 de abril passado, foi registrado um tremor de terra de magnitude 4,7 no sul do estado de Roraima, no município de Rorainópolis, distante 399 quilômetros de Manaus. Dados das estações da Rede Sismográfica Brasileira indicam que o evento ocorreu às 0h26 (horário de Brasília), em uma profundidade de 10 quilômetros.
Neste ano de 2021 já foram mais de 90 registros de tremores em terras brasileiras, sendo 27 ocorrências de magnitude maior ou igual a 3,5.
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