Pelo terceiro ano consecutivo, A Maravilhosa Sra. Maisel permanece como um dos melhores seriados da década. Uma série que, em primeiro momento, poderia ser percebida como mais uma candidata a substituta de Mad Men, mas que rapidamente provou seu valor e se tornou a série original que melhor representa a qualidade do serviço de streaming da Amazon (Prime Video), com 16 Emmys e 3 Globos de Ouro, conquistados pelas suas duas primeiras temporadas.
A série se passa na década de 50 e conta a história de Midge Maisel (Rachel Brosnahan), uma dona de casa da classe alta de Nova Iorque, que depois de uma traição do marido, em um gesto catártico, ela descobre na comédia de Stand Up, um talento natural e usa de seus conflitos pessoais como material de sua apresentação. A carreira de comediante se torna um despertar para a independência de Maisel, independência esta que, no decorrer das temporadas, vai aos poucos contagiando outros personagens.

A serie usa vários personagens que são parcialmente baseados em pessoas reais, como a própria Sra. Maisel, que é vagamente inspirada na comediante Joan Rivers, também Nova Iorquina, vinda de família judia e começou no Stand Up na década de 50. Por outro lado, a série se ambienta em locais reais como o Gaslight Café, onde Midge se apresenta, utilizando a figura do lendário e controverso Lenny Bruce (que teve uma cinebiografia dirigida por Bob Fosse em 1974, com Dustin Hoffman no papel de Bruce) como seu mentor.
Midge é cercada de coadjuvantes memoráveis, sendo eles os maiores responsáveis pelo desempenho da serie em premiações, Susie (Alex Borstein) a agente e escudeira, seus pais, Abe (Tony Shalhoub) e Rose (Marin Hinkle), crescem a cada temporada e fazem com que a serie nunca perca o seu encanto.

Criada por Amy Sherman-Palladino, conhecida por seu trabalho em Gilmore Girls, acompanhada de seu marido Daniel Palladino, dirigem e escrevem praticamente todos episódios, fazendo uso da elegância e do ritmo de comedias clássicas, em cenas ricamente coreografadas, que resultam em uma qualidade cinematográfica pouco comum em séries de TV. Os diálogos rápidos, do típico humor nova-iorquino/judeu, que Woody Allen representou tão bem em seus filmes, entregam varias piadas por minuto.
Chegando em sua terceira temporada, a série caminha em busca de respostas, depois das transformações pelos quais os personagens passaram. Uma temporada de transição, que serve para reavaliar os caminhos trilhados até aqui, permanecendo impecável que com seus 26 episódios, até agora, não perde seu ritmo em nenhum momento e é parada obrigatória para quem procura séries que possuem algum tipo de qualidade cinematográfica.

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