Aceitar pra doer menos, essa é minha tecnologia emocional para interagir com a realidade futebolística que se impôs nesse fim de série C. Foram 20 anos acostumado com meu Paysandu estando sempre a um patamar acima do Clube do Remo.
Houve momentos, como no período em que o rival ficou sem série, que a distância era tão grande que a rivalidade e a zoação pareciam até perder a graça por conta de um sentimento de compaixão. Pois não era legal ver o torcedor remista tendo que escolher um time do sudeste, geralmente após julho, para continuar acompanhando o futebol com sentimentos de pertencimento.
Mas agora, é fato, o Leão está um degrau acima, tem um time melhor, jogará contra equipes mais competitivas e possivelmente terá bem mais investimentos.
A chuva forte, minutos antes da bola rolar, já anunciava que o dia seria complicado. Em um bar localizado na Vileta com 25, apenas o lado destinado aos bicolores estava molhando. Pior ainda, por conta de uma árvore que obstruía a passagem da água, houve um mini alagamento na área azul celeste.
Já no outro extremo do local, na galera azul marinho, eles estavam relaxados. Gargalhavam alto, faziam comentários irônicos e até brigavam com o goleiro quando impedia gol do Londrina. Ali, em qualquer cenário, era festa. O dono do bar faturou: pela festa de uns, e pelas mágoas de outros.
Erra quem acha que o torcedor do Papão está extremamente triste – e isso não tem nada haver com ser o único bIcampeão da série B, Copa dos Campeões e afins -, pois não tem como ficar chateado com um time que tem o zagueiro IML (Só corpo), o lateral direito Soldado de Guerra (vai, mas não sabe se volta), o volante Disk Pizza (só faz entregar), o meio campo Carro do Lixo (só vive parando) e o atacante Camisinha (ninguém gosta mas tem que botar).
O único que presta é o Cavani da Amazônia, mas chuta dez pra fazer um gol. Assim, não tem como ficar triste. Aliás, fico até orgulhoso de terem chegado bem longe.
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