Um vídeo registrado na manhã desta terça-feira (10) em frente ao Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, gerou indignação nas redes sociais ao exibir um homem desejando a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O chefe do Executivo está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital após passar por uma cirurgia devido a uma hemorragia intracraniana.
No vídeo, o homem chega à entrada do hospital e pergunta a um funcionário: “Já morreu?”. Ao ouvir que o presidente segue vivo, ele responde com um comentário ofensivo: “Um bicho pra demorar a morrer é ladrão, né? Puta que pariu”. As declarações foram amplamente compartilhadas nas redes, provocando reações que vão de críticas à postura do homem a debates sobre respeito em momentos de fragilidade.
Lula, de 78 anos, passou por uma cirurgia chamada trepanação, que consiste em uma perfuração no crânio para introdução de drenos. O procedimento foi necessário após complicações de uma queda sofrida em outubro no Palácio da Alvorada, em Brasília. Segundo boletim médico, a cirurgia durou cerca de duas horas e foi bem-sucedida.
O presidente permanecerá em observação na UTI por pelo menos 48 horas. O médico Roberto Kalil informou que a recuperação do petista evolui bem e que sua volta a Brasília é esperada para a próxima semana, dependendo do progresso do quadro clínico.
As declarações do homem em frente ao hospital provocaram indignação em apoiadores do presidente e figuras públicas, que cobraram respeito diante de um quadro de saúde delicado. Políticos de diferentes espectros também se manifestaram contra a atitude, destacando a necessidade de preservar a dignidade de qualquer pessoa, independentemente de divergências políticas.
O episódio também acendeu discussões sobre a segurança na área hospitalar. Apesar da natureza pública da entrada do hospital, as autoridades responsáveis pela proteção do presidente reforçaram a segurança no entorno do Sírio-Libanês para evitar situações semelhantes.
O incidente ocorre em um momento de forte polarização política no Brasil, que frequentemente transborda para atitudes hostis, como demonstrado neste caso. Comentários agressivos contra figuras públicas têm se tornado recorrentes, muitas vezes inflamados pelo ambiente tóxico das redes sociais.
O hospital Sírio-Libanês e a Presidência da República ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o episódio.
Morte de Bolsonaro
O Brasil hoje é um país dividido, inclusive pelo ódio entre correntes ideológicas antagônicas. Durante a campanha eleitoral de 2018, a facada que levou o então candidato Jair Bolsonaro para o hospital, onde foi submetido a várias cirurgias, as redes sociais foram palco de pessoas que pediam a morte dele.
Após a eleição e já como presidente, pessoas inconformadas por ele ter sobrevivido à facada de Adélio Bispo, voltaram a pregar a morte de Bolsonaro. Do Ver-o-Fato, com informações do portal Metrópoles.