Matteus Amaral, ex-participante do Big Brother Brasil 24, está no centro de uma controvérsia nas redes sociais após a divulgação de documentos que sugerem que ele teria se autodeclarado negro para garantir uma vaga no curso de Engenharia Agrícola através do sistema de cotas raciais no Instituto Federal Farroupilha (IFFar) em 2014.
De acordo com informações presentes em dois editais do instituto, Matteus, namorado de Isabelle, teria se declarado como “preto”. Os editais, que viralizaram no X, antigo Twitter, indicam que ele foi inicialmente desclassificado no resultado preliminar de janeiro de 2014 por ter obtido nota zero na redação. No entanto, um segundo edital, publicado em fevereiro do mesmo ano, mostra que ele conquistou a vaga através das cotas raciais.
O ex-participante do reality show frequentou o campus de Alegrete, no Rio Grande do Sul, por cinco períodos antes de interromper seus estudos para cuidar de sua avó. Documentos públicos confirmam sua aprovação para o curso de Engenharia Agrícola, envolvendo tanto o IFFar quanto a Unipampa. Até o momento, Matteus não se pronunciou sobre as acusações.
A Lei de Cotas (Lei 12.711), aprovada em 2012, estabelece que instituições federais de ensino superior devem reservar vagas para alunos de escolas públicas, de baixa renda, negros, pardos e indígenas, com o objetivo de reduzir desigualdades raciais e promover reparação histórica. No entanto, as notas de corte mais baixas para os cotistas em comparação com os demais têm levado alguns estudantes brancos a tentarem fraudar o sistema para obterem vagas.
Para combater essas fraudes, recentemente, houve um aumento na rigidez do processo de seleção, com a implementação de bancas examinadoras. Nos primeiros anos da lei, a autodeclaração era o único critério para a aplicação das cotas, o que facilitava fraudes.
A situação envolvendo Matteus Amaral levanta questões sobre a eficácia dos mecanismos de controle das cotas raciais e a importância de medidas mais rígidas para garantir que as vagas sejam destinadas a quem de fato pertence aos grupos contemplados pela lei.
Ainda não se sabe quais serão as consequências para Matteus, mas o caso certamente reacende o debate sobre a necessidade de melhorias no sistema de cotas e no combate às fraudes.