A perpetuação no poder de velhas figuras políticas através da reeleição tem sido uma prática que desafia os princípios democráticos no Brasil. Enquanto em democracias tradicionais, como nos países europeus e nos Estados Unidos, a renovação e alternância de poder são consideradas essenciais para o funcionamento saudável do sistema político, no Brasil, vemos um cenário oposto.
A busca incessante pela reeleição por parte de presidentes da República, governadores e prefeitos tem como consequência a manutenção de líderes políticos que muitas vezes estão mais preocupados com seus próprios interesses do que com as necessidades reais da população. O apego ao poder e aos privilégios pessoais, assim como o favorecimento de parentes, aderentes e apaniguados, tornam-se uma prática comum.
Essa conduta não apenas distorce o processo democrático, mas também desequilibra a disputa eleitoral, uma vez que o candidato já detentor do cargo utiliza-se da máquina pública em benefício próprio. Essa vantagem é muitas vezes difícil de ser superada por outros concorrentes que não estão no poder, minando a rotatividade no cargo e a competição democrática.
O Brasil, infelizmente, ainda vive um atraso político em que políticos astutos e oportunista se sentem praticamente donos dos cargos que ocupam. Utilizam-se de maciças campanhas publicitárias para criar uma imagem de “preocupação” com o povo, quando na verdade perpetuam o subdesenvolvimento social e a má qualidade de vida de amplos segmentos da população, especialmente os mais pobres, que são frequentemente usados como massa de manobra pelos poderosos de plantão.
Essa prática não só prejudica a democracia e a qualidade da representação política, mas também perpetua um ciclo de desigualdade e exclusão social, onde os interesses pessoais dos políticos estão acima do bem-estar coletivo. Enquanto não houver uma verdadeira reforma política que promova a renovação e a transparência no processo eleitoral, o Brasil continuará refém de uma classe política que prioriza seus próprios interesses em detrimento do progresso e do desenvolvimento do país.
Ratazanas não largam o queijo
A reeleição, longe de ser um mecanismo saudável para a democracia, se revela como um verdadeiro câncer que corrói o organismo nacional. Como uma doença em estágio avançado, a prática da reeleição se espalhou por todo o sistema político brasileiro, causando danos irreparáveis à representatividade e à integridade do processo eleitoral.
É um deleite para as ratazanas da política, aqueles indivíduos que se agarram ao queijo do poder sem qualquer escrúpulo ou preocupação com o bem-estar da nação. Elas se apegam ao cargo como se fossem proprietárias vitalícias, usando todas as artimanhas possíveis para se manterem no controle, mesmo que isso signifique sacrificar os interesses do povo em prol de seus próprios benefícios.
Essa metástase política se manifesta em todos os níveis de governo, do executivo ao legislativo, minando a confiança do povo nas instituições e perpetuando um ciclo vicioso de corrupção, nepotismo e clientelismo. A reeleição cria uma casta de políticos profissionais, mais preocupados em garantir sua permanência no poder do que em realmente servir à sociedade.
É hora de dar um basta nessa aberração que enfraquece nossa democracia e compromete o futuro do país. É preciso promover uma verdadeira reforma política que acabe com essa prática nefasta, limitando o número de mandatos consecutivos e incentivando a renovação e a diversidade na política.
Só assim poderemos reconstruir as bases de uma sociedade mais justa e democrática, onde o poder esteja verdadeiramente nas mãos do povo e não nas garras vorazes das ratazanas políticas.