Ligadas ao MST, elas fecham a ferrovia desde as 5 horas da manhã |
Na
madrugada desta segunda-feira, cerca de 300 mulheres Sem Terra do
Maranhão ocuparam os trilhos da Vale, na ferrovia Carajás. Os
trens de minério foram paralisados às 5h da manhã e assim permaneceram
até o meio da manhã, sendo impedidos de seguir do Pará para o porto de
São Luís no Maranhão.
“As mulheres Sem Terra da Região Amazônica
se somam à jornada de luta nacional, denunciando a forma de atuação
destrutiva da empresa Vale ao longo dos 25 municípios atravessados pelo
corredor Carajás, também conhecido como Corredor da Morte. A luta das
mulheres, acontece no Assentamento Diamante Negro Jutaí, município
Igarapé do Meio, onde as famílias são diretamente atingidas pela
duplicação da ferrovia”, afirmam Sem Terra em manifesto.
A
atividade é um ato de denúncia às ações destrutivas da Vale e também
reivindica pautas específicas para amenizar o impacto da Vale no
assentamento Vila Diamante e demais comunidades do entorno, como a
construção de um viaduto sobre a rodovia, que permita a circulação
segura das famílias.
“Denunciamos que a ação da Vale na região
tem ameaçado territórios conquistados, aumentado a violência, os
conflitos trabalhistas e fundiários, o número de acidentes e impedido as
famílias de ir e vir, na medida que a empresa se nega a construir
viadutos e passarelas sobre a rodovia”, salientaram. As mulheres
ainda participaram de uma atividade de estudo sobre gênero e feminismo e
sobre a expansão do capital na região amazônica.
A Jornada
Nacional de Luta das Mulheres Camponesas neste ano traz o lema: Mulheres
na luta em defesa da natureza e alimentação saudável, contra o
agronegócio. Com isso, milhares de mulheres Sem Terra se mobilizarão em
todo país durante a primeira quinzena de março para denunciar o capital
estrangeiro na agricultura brasileira e as empresas transnacionais,
chamando a atenção da sociedade do modelo destrutivo do agronegócio para
o meio ambiente, a ameaça à soberania alimentar do país e a vida da
população brasileira, afetando de forma direta a realidade das mulheres.
de agricultura baseado na agroecologia, e propõe a luta em defesa da
soberania alimentar. Outro tema que será pautado pelas mulheres Sem Terra é o Massacre de Carajás, que em 2016 completa 20 anos.
Discussion about this post