ADVERTISEMENT
Em depoimentos da delação premiada, Sérgio Machado, ex-presidente
da Transpetro, disse que distribuiu mais de R$ 70 milhões em propina de
contratos da estatal para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o
senador Romero Jucá (PMDB-RR), e o ex-senador José Sarney (PMDB-AP), entre
outros líderes do PMDB. Segundo Machado, o valor mais expressivo, de R$ 30
milhões, foi destinado a Renan, o principal responsável pela indicação dele para
a presidência da Transpetro, subsidiária da Petrobras e maior empresa de
transporte de combustível do país.
da Transpetro, disse que distribuiu mais de R$ 70 milhões em propina de
contratos da estatal para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o
senador Romero Jucá (PMDB-RR), e o ex-senador José Sarney (PMDB-AP), entre
outros líderes do PMDB. Segundo Machado, o valor mais expressivo, de R$ 30
milhões, foi destinado a Renan, o principal responsável pela indicação dele para
a presidência da Transpetro, subsidiária da Petrobras e maior empresa de
transporte de combustível do país.
Machado disse ainda que repassou aproximadamente R$ 20 milhões para Sarney
durante o período que esteve à frente da estatal. Romero Jucá, que ficou uma
semana como ministro do Planejamento do governo Michel Temer, também recebeu
aproximadamente R$ 20 milhões.
durante o período que esteve à frente da estatal. Romero Jucá, que ficou uma
semana como ministro do Planejamento do governo Michel Temer, também recebeu
aproximadamente R$ 20 milhões.
Machado fala sobre altas somas em propinas com
autoridade. A partir do acordo de delação, ele próprio se comprometeu a devolver
aproximadamente R$ 100 milhões, fortuna acumulada com desvios de contratos entre
grandes empresas e a Transpetro.
autoridade. A partir do acordo de delação, ele próprio se comprometeu a devolver
aproximadamente R$ 100 milhões, fortuna acumulada com desvios de contratos entre
grandes empresas e a Transpetro.
Esquema durou de 2013 a 2015
Machado disse que abasteceu também as contas dos senadores Edison Lobão
(PMDB-MA) e Jader Barbalho (PMDB-PR). As acusações são consideradas devastadoras
porque Machado indicou os contratos fraudados e os caminhos percorridos pelo
dinheiro até chegar aos parlamentares. Relatou que o dinheiro era desviado de
contratos firmados entre a Transpetro e grandes empresas. O esquema funcionou
durante todo o período que ele esteve à frente da Transpetro, de 2003 até o ano
passado.
(PMDB-MA) e Jader Barbalho (PMDB-PR). As acusações são consideradas devastadoras
porque Machado indicou os contratos fraudados e os caminhos percorridos pelo
dinheiro até chegar aos parlamentares. Relatou que o dinheiro era desviado de
contratos firmados entre a Transpetro e grandes empresas. O esquema funcionou
durante todo o período que ele esteve à frente da Transpetro, de 2003 até o ano
passado.
A estrutura de arrecadação de propina e lavagem de dinheiro seguiu os padrões
tradicionais. Os recursos passavam por várias pessoas até chegar ao políticos
mencionados por Machado. Em alguns casos, a propina foi entregue diretamente ao
interessado. Machado deixou claro, ainda, que o dinheiro era para custear
campanhas eleitorais e para pagar despesas pessoais.
tradicionais. Os recursos passavam por várias pessoas até chegar ao políticos
mencionados por Machado. Em alguns casos, a propina foi entregue diretamente ao
interessado. Machado deixou claro, ainda, que o dinheiro era para custear
campanhas eleitorais e para pagar despesas pessoais.
O ex-presidente da
Transpetro disse que arrecadava e repassava a propina porque achava ser esta a
missão dele, ou seja, garantir retorno financeiro ao grupo político responsável
pela sustentação dele à frente da estatal.
Transpetro disse que arrecadava e repassava a propina porque achava ser esta a
missão dele, ou seja, garantir retorno financeiro ao grupo político responsável
pela sustentação dele à frente da estatal.
Renan indicou Machado para a presidência da Transpetro em 2003, no início do
primeiro mandato do ex-presidente Lula, e o manteve apoio à permanência dele no
cargo até ano passado, mesmo depois de ter sido acusado por Paulo Roberto Costa,
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, de receber propina.
primeiro mandato do ex-presidente Lula, e o manteve apoio à permanência dele no
cargo até ano passado, mesmo depois de ter sido acusado por Paulo Roberto Costa,
ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, de receber propina.
A indicação teria ainda apoio de Jucá, Sarney e Lobão, entre outros líderes
do PMDB. A combinação dos grampos feitos por Machado com os depoimentos dele e
do filho, Expedito Machado, deixa Renan, Sarney e Jucá em situação extremamente
delicada.
do PMDB. A combinação dos grampos feitos por Machado com os depoimentos dele e
do filho, Expedito Machado, deixa Renan, Sarney e Jucá em situação extremamente
delicada.
Nas conversas gravadas por Machado, Renan, Jucá e Sarney aparecem discutindo
meios de barrar as investigações da Operação Lava-Jato. Num dos diálogos, Renan
defende mudança na lei para dificultar delações premiadas.
meios de barrar as investigações da Operação Lava-Jato. Num dos diálogos, Renan
defende mudança na lei para dificultar delações premiadas.
Jucá fala no
impeachment de Dilma Rousseff como uma forma de “estancar a sangria” da
Lava-Jato. Sarney sugere a escalação dos advogados César Asfor Rocha,
ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça, e Eduardo Ferrão para conversar
com o ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal
(STF).
impeachment de Dilma Rousseff como uma forma de “estancar a sangria” da
Lava-Jato. Sarney sugere a escalação dos advogados César Asfor Rocha,
ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça, e Eduardo Ferrão para conversar
com o ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal
(STF).
Renan e Jucá respondem a inquéritos
As gravações já resultaram na demissão de Jucá do Ministério do Planejamento
e de Fabiano Silveira, do Ministério da Transparência. Numa das conversas,
também gravadas por Machado, Fabiano Silveira foi flagrado orientado Renan a
sonegar informações e, com isso, atrapalhar o andamento da Lava-Jato. Renan e
Jucá já são alvos de inquéritos abertos desde a primeira fase da operação.
e de Fabiano Silveira, do Ministério da Transparência. Numa das conversas,
também gravadas por Machado, Fabiano Silveira foi flagrado orientado Renan a
sonegar informações e, com isso, atrapalhar o andamento da Lava-Jato. Renan e
Jucá já são alvos de inquéritos abertos desde a primeira fase da operação.
Machado decidiu fazer acordo de delação depois que o dono de uma empreiteira
indicou uma conta usada por ele para movimentar dinheiro de propina. A conta,
aberta num banco na Suíça, era administrada por Expedito Machado, que vivia em
Londres.
indicou uma conta usada por ele para movimentar dinheiro de propina. A conta,
aberta num banco na Suíça, era administrada por Expedito Machado, que vivia em
Londres.
Expedito também fez acordo de delação e confirmou boa parte das declarações
do pai sobre a movimentação da propina. O nome de Machado apareceu já na
primeira fase da Lava-Jato. Paulo Roberto Costa, o primeiro delator, disse que o
ex-presidente da Transpetro recebia dinheiro desviado dos cofres públicos. Ele
próprio, Costa, disse ter entregado R$ 500 mil em espécie na casa de
Machado.
do pai sobre a movimentação da propina. O nome de Machado apareceu já na
primeira fase da Lava-Jato. Paulo Roberto Costa, o primeiro delator, disse que o
ex-presidente da Transpetro recebia dinheiro desviado dos cofres públicos. Ele
próprio, Costa, disse ter entregado R$ 500 mil em espécie na casa de
Machado.
Mesmo diante da acusação, Machado se manteve no cargo até fevereiro de 2015,
em clara demonstração de força política. Ao deixar a estatal, resistiu às
investigações. Só mudou de ideia e decidiu colaborar depois que o filho Expedito
entrou na mira do Ministério Público Federal.
em clara demonstração de força política. Ao deixar a estatal, resistiu às
investigações. Só mudou de ideia e decidiu colaborar depois que o filho Expedito
entrou na mira do Ministério Público Federal.
Gravador fatal
Sem saída, Machado passou a gravar conversas com seus antigos aliados. Logo
depois de gravar alguns de seus principais interlocutores, ele fechou acordo de
delação com o MPF. Os acordos de Machado e do filho foram homologados por Teori
na semana passada. A partir de agora, a Procuradoria-Geral da República deverá
aprofundar as investigações sobre cada acusação do ex-presidente da
Transpetro.
depois de gravar alguns de seus principais interlocutores, ele fechou acordo de
delação com o MPF. Os acordos de Machado e do filho foram homologados por Teori
na semana passada. A partir de agora, a Procuradoria-Geral da República deverá
aprofundar as investigações sobre cada acusação do ex-presidente da
Transpetro.
Procurado pelo Globo, Renan negou que tenha recebido dinheiro de Machado:
“Jamais recebi vantagens de ninguém e sempre tive com Sérgio Machado relação
respeitosa e de estado”, disse o senador, segundo um de seus assessores. Renan
também disse que “nunca indicou ninguém para a Petrobras ou para o setor
elétrico”.
“Jamais recebi vantagens de ninguém e sempre tive com Sérgio Machado relação
respeitosa e de estado”, disse o senador, segundo um de seus assessores. Renan
também disse que “nunca indicou ninguém para a Petrobras ou para o setor
elétrico”.
O Globo tentou, sem sucesso, falar com Antônio Carlos de Almeida
Castro, advogado de Sarney e Lobão. Em nota, Juca disse que “nega o recebimento
de qualquer recurso financeiro por meio de Sérgio Machado ou comissões
referentes a contratos realizados pela Transpetro”.
Castro, advogado de Sarney e Lobão. Em nota, Juca disse que “nega o recebimento
de qualquer recurso financeiro por meio de Sérgio Machado ou comissões
referentes a contratos realizados pela Transpetro”.
Discussion about this post