Errar é humano. O problema é persistir no erro. No futebol, isso é valido para o time do Paysandu, que parecia ter o jogo na mão, dentro da Curuzu, mas sua defesa voltou a fazer graça e entregar o jogo. O técnico Márcio Fernandes deve pagar essa conta, pois assumiu esta semana em entrevista que não iria mudar essa maneira de jogar.
O problema é que Fernandes treina e escala uma zaga sem qualidade técnica e deu no que deu: 1 a 1 contra o Figueirense, numa partida em que o bicolor poderia ter carimbado a classificação à próxima fase da Série C. A torcida vaiou o time com justa razão no final, principalmente Bruno Leonardo, o autor da lambança.
O jogo começou com o Papão em campo com seu novo uniforme, em homenagem à Tríplice Coroa. A camisa é em homenagem aos títulos do Campeonato Paraense, Copa Norte e Copa dos Campeões de 2002.
A bola rolou com muita vibração e razoável nível técnico, principalmente por parte do Papão. O Figueirense também apresentava boas triangulações. Mas foi o Paysandu quem deu o primeiro susto no adversário, aos 10 minutos. José Aldo cruza e Dalberto, novo centroavante bicolor, pega de voleio. A finalização da jogada acaba na linha de fundo.
O jogo continuou pegado, mas com poucas finalizações, embora o dono da casa tomasse conta das ações do jogo. Está bem com e sem a bola, mas não consegue finalizar a jogada, tampouco concretizar a superioridade em gols.
Até que aos 27, a primeira grande chance do jogo aparece. Em lateral cobrada na área do Figueirense, Dalberto disputa a bola, domina e finaliza por cima da trave. Aos 41, de novo, o Papão teve a chance de abrir o placar. Wilson espalma a bola para dentro da área e Mikael, sozinho, se apavora e fura a finalização. Gol perdido e grito represado na garganta da torcida.
E foi o fim do primeiro tempo, com um Papão dominante, sem dar espaço para a boa equipe do Figueira, mas com poucas chances criadas. O segundo tempo prometia novas emoções.
O Papão começou a segunda etapa abrindo logo o placar, aos 40 segundos. Depois da cobrança de escanteio de Robinho, Genílson, sobe sozinho e cabeceia como manda o figurino, sem chance para o arqueiro catarinense. Bola nas redes e 1×0. A torcida bicolor pula, canta e grita.
O bicolor continua em cima e dava chance ao Figueira respirar. Aos 15, Serginho arrisca de fora da área e aplica um belo chute. A bola ia na gaveta, mas o goleirão Wilson fez uma defesa de almanaque. Seria a ampliação do placar com um golaço. O Papão dominava o jogo, parecia ter o controle do placar, já na metade do tempo final. Os catarinenses não esboçavam nenhuma reação.
Bobeira e bola na rede
Mas o futebol não é assim como imaginam os torcedores apaixonados, não é uma ciência exata. O Paysandu começa a encurtar jogadas na defesa, irritando a torcida. Isso já havia acontecido na derrota para o Vitória, em Salvador (BA), quando João Vieira entregou a bola nos pés de um atacante baiano e ele não perdoou.
Desta vez, repetindo o velho erro, em lance de saída de bola, Bruno Leonardo escorrega e entrega nos pés de Léo Arthur. Ele serve Gustavo Henrique, que não desperdiça o presente e bate no canto esquerdo do goleiro Thiago Coelho. Gol do Figueirense e empate. A Curuzu se cala.
E o gol de empate abalou o Paysandu. De novo, o lado esquerdo fraqueja, a bola sobra para Jean Silva, que arrisca de fora da área e quase emplaca o gol da virada do Figueirense. O Papão estava nas cordas, abalado.
Aos 38, o Figueira teve outra chance que não se perde no futebol. Em contra-ataque rápido, Léo Arthur toca para Jean Silva, que fica na cara do gol, mete na saída de Thiago Coelho, mas o arqueiro bicolor faz a defesa do jogo e evita a virada catarinense.
O bicolor tenta acordar e aos 43, após passe de peito de Toscano, dentro da grande área, Danrlei bate em cima de Wilson. Não tinha tempo para mais nada. O Papão foi melhor na maior parte do tempo mas o Figueira construiu as melhores chances de sair com a vitória.
Mesmo com resultado que não agrada a ninguém, o Paysandu segue vivo e só depende dele para garantir a classificação, embora esteja em queda de rendimento na reta final. Ele ocupa a segunda colocação, com 27 pontos.
Melhores momentos e gols: