A decisão de viver longe da civilização veio a Thoreau de sua própria natureza. Não foi um capricho, nem uma aventura passageira.
Ele se mantinha permanentemente insatisfeito com a vida na sociedade e com o modo como as pessoas viviam. Sabe-se que visitava aldeias indígenas só com a roupa do corpo, ao contrário dos outros homens do seu tempo, que só iam às aldeias armados. E mais: de armas em punho.
Em 1845, tinha 27 anos. Foi quando decidiu largar tudo e ir morar no meio da floresta. O terreno era de seu amigo Emerson. E ali estava o Lago Walden. Na sua margem Thoreau construiu sua casinha e um porão para armazenar comida. Não tinha experiência como agricultor, aprendeu sozinho, e a longo prazo dominou o assunto, plantando batatas e produzindo o próprio pão.
Nunca escondeu de ninguém porque deu as costas à cidade e se retirou para a floresta. Dizia que queria “viver em liberdade”. Que queria – se defrontar apenas com os fatos essenciais da existência, em vez de descobrir, à hora da morte, que não tinha vivido.
De sua temporada na floresta, no Lago Walden, disse: “quero expulsar o que não seja vida”.
Ao retornar à Civilização, Thoreau, se ainda não é um homem inteiramente transformado, certamente já é o homem que sempre quis e teve tendência para ser: um homem vivendo sua liberdade e lutado pela libertação dos outros homens.
Isso se verá e disso ele falará por si mesmo, quando retornou a espaços urbanos. Mas na próxima VIDA, quando trataremos amplamente do seu segundo livro mais famoso e fundamental, ao lado de Walden: A Desobediência Civil.
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