Em um ato de revolta contra a prestação de serviços e denúncias de corrupção, moradores de Bagre, no Marajó, impediram o desembarque de equipes da Equatorial Pará na manhã desta segunda-feira (21). A população se reuniu na orla da cidade, onde as equipes chegariam de balsa para realizar inspeções de rotina, segundo a concessionária.
Com gritos de “Fora Equatorial”, os moradores bloquearam o acesso, expulsaram os trabalhadores e forçaram a volta das equipes ao ponto de origem, alegando insatisfação com a qualidade do serviço prestado e acusações de má conduta por parte da empresa.
Vídeos registrados no local mostram o momento em que dezenas de pessoas cercam a balsa, com alguns relatos de que pneus dos veículos da distribuidora foram furados durante o protesto.
Um dos líderes do movimento denunciou ao portal Notícia Marajó que a má qualidade da energia fornecida pela empresa tem causado danos a aparelhos eletroeletrônicos dos moradores e acusou representantes da Equatorial de “roubar” a população, supostamente cobrando dinheiro e aplicando multas indevidas.
Diante do impasse, a Equatorial Pará divulgou uma nota oficial afirmando que as equipes foram enviadas ao município para realizar atividades de inspeção, mas que não desembarcaram para garantir a segurança de todos os envolvidos.
A empresa assegurou que enviará representantes para dialogar com a liderança do movimento a fim de entender as demandas e buscar soluções rápidas para os problemas apontados.
A concessionária também destacou que todos os seus colaboradores, próprios ou terceirizados, são orientados a seguir rigorosamente o Código de Ética e Conduta Profissional, e que não tolera desvios de comportamento que violem suas diretrizes.
A Equatorial orientou ainda que qualquer cliente que identifique atitudes suspeitas ou irregularidades por parte dos agentes deve denunciar através dos canais oficiais, como a central de atendimento (0800 091 0196) ou nas agências de atendimento presencial.
O protesto em Bagre reflete um crescente descontentamento com a qualidade do serviço de energia em regiões mais afastadas do estado, reacendendo debates sobre a necessidade de maior fiscalização e transparência na atuação de concessionárias de serviços públicos.
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