Dono de distribuidora de bebidas investiga por uma semana, encontra padrão de furto diário e confronta funcionária na frente de colegas. Polícia foi acionada.
Por uma semana, o dono de uma distribuidora de bebidas em Vila Velha, no Espírito Santo, monitorou silenciosamente uma suspeita que não queria acreditar. Cada dia no caixa virava uma nova pista, um movimento suspeito, um gesto apressado. Até que as evidências se tornaram incontestáveis.
O empresário reuniu 72 gravações mostrando uma funcionária desviando dinheiro da empresa. Segundo ele, o prejuízo seria de aproximadamente R$ 600 por dia. O conteúdo foi divulgado pelo site Macajuba Acontece, que publicou o vídeo do momento em que o patrão confronta a funcionária na frente de outros colaboradores.
Na gravação, o dono do estabelecimento descreve o método usado para esconder o numerário:
“Quero o dinheiro agora, o que você enrolou no guardanapo e roubou. Tem uma semana que estou investigando você e estou com 72 vídeos seus me roubando. Você empurra o dinheiro, coloca na palma da mão, enrola no guardanapo e coloca no bolso.”
Visivelmente constrangida, a funcionária tenta ganhar tempo e pede prazo para devolver o valor. O empresário, porém, afirma que não aceitaria mais conversas. Pouco depois, a polícia foi acionada.
Acerto ou risco jurídico?
O caso expõe duas frentes: O empresário agiu de forma cirúrgica na coleta de provas. Ele não acusou sem fundamentos: investigou, filmou, catalogou e só então confrontou.
O confronto diante de colegas pode gerar consequências jurídicas. Apesar do furto ser um crime, expor a funcionária publicamente pode abrir caminho para ação por dano moral, mesmo quando o fato ilícito é comprovado. Na Justiça do Trabalho, constrangimento é tratado como violação de dignidade.
Especialistas consultados pela reportagem (não citados nominalmente aqui) afirmam que o procedimento mais seguro seria registrar um boletim de ocorrência e, internamente, realizar a demissão por justa causa sem constrangimento público.
Quando o crime vem de dentro
Casos assim escancaram um problema recorrente, mas pouco debatido: furtos internos são responsáveis por grande parte do prejuízo de pequenos e médios negócios no Brasil.
Muitos empresários gastam tempo e dinheiro reforçando a segurança contra ameaças externas, quando o maior risco pode estar — literalmente — atrás do balcão.
Até o momento, não há informações oficiais sobre autuação ou prisão. A ocorrência foi registrada e deve seguir para investigação policial. O vídeo segue repercutindo nas redes e levantando debates sobre ética, constrangimento, direitos e responsabilidades no ambiente de trabalho.
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