“Vai se esfregar? Vai levar o farelo”, conta a vítima de uma importunação sexual ocorrida nesta semana dentro de um ônibus, em Belém. Ela reagiu e imobilizou seu assediador, enquanto outros passageiros apenas filmavam. O vídeo está viralizando nas redes sociais e ao Ver-o-Fato ela contou alguns detalhes, em entrevista.
O ônibus da linha Guajará – Ver-o-Peso estava muito lotado e trafegava pela Avenida Pedro Álvares Cabral, um pouco antes da Avenida Tavares Bastos, quando um homem, vestido com um uniforme de uma empresa de material elétrico, subiu e passou por trás da vítima, ficando próximo ao cobrador, em seguida, retornando para trás dela, momento em que começou os atos de importunação sexual.
Talvez ele não contasse que ela é praticante de capoeira, crossfit e muay thai. A vítima partiu pra cima do assediador e o imobilizou. Perguntada se recebeu ajuda dos demais passageiros, disse: “Não! Principalmente os homens não fazem nada pra ajudar. Hoje, as pessoas preferem filmar do que ajudar. Por isso as mulheres se sentem com medo de reagir. Esse é o motivo, de não ter ninguém pra nos ajudar. Mas comigo é diferente. Vai se esfregar? Vai levar o farelo”, declarou ela ao Ver-o-Fato.
No vídeo é possível ver a reação da vítima que aplica um golpe de imobilização, até o momento que uma viatura da polícia é chamada e a prisão é efetuada. Entretanto, segundo informações, o assediador foi liberado após audiência de custódia. Ele também já teria sido demitido da empresa em que trabalhava.
Dicas da vítima às mulheres
Mesmo após sua reação bem sucedida, a vítima esclarece: “não adianta só praticar alguma luta, precisamos também nos orientar, não andar sozinha tarde da noite, prender o cabelo se possível, andar em grupos de pessoas, não andar por lugares desertos. Caso a vítima passe por essa situação, mesmo que não saiba se defender pessoalmente, que ela grite, chame atenção de qualquer pessoa, faça barulho, assim desperta o interesse de alguém pra ajudá-la”.
Para finalizar, ela aconselha: “não fique calada diante de um assédio ou até mesmo uma violência doméstica. No meu caso, eu meto o cacete!”. Nas redes sociais, muitas mulheres estão se referindo à ela com admiração, ao mesmo tempo que lamentam que os casos de importunação sexual continuem ocorrendo cotidianamente dentro do transporte público, em Belém e Região Metropolitana.
Veja o vídeo: