Um crime brutal ocorrido no Sertão de Pernambuco reacende a discussão sobre a crescente violência contra idosos no Brasil — um drama silencioso e cotidiano que o Estado insiste em ignorar. Na noite de domingo (2), um homem foi preso em flagrante em um bar no distrito de Vila Serrânea, em Araripina.
Ele é o principal suspeito de assassinar, a pauladas, um idoso no distrito de Morais. Segundo a Polícia Militar, câmeras de segurança registraram o momento em que o acusado deixava a casa da vítima durante a madrugada, pouco depois do crime.
O idoso foi encontrado morto dentro de sua própria residência, com ferimentos graves na cabeça e grande perda de sangue. Ao lado do corpo, os policiais localizaram um pedaço de madeira quebrado, provavelmente utilizado nas agressões. A cena revelava uma violência desmedida, típica de crimes cometidos com ódio ou crueldade.
O indivíduo foi localizado posteriormente no Distrito de Vila Serrânea, ingerindo bebida alcoólica em um bar. Diante do estado de embriaguez e alteração emocional, foi necessário o uso de algemas. O suspeito foi conduzido à Delegacia de Araripina sem lesões.
Abandonados pelo Estado
Infelizmente, esse caso não é isolado. Todos os dias, idosos são vítimas de agressões, maus-tratos, negligência e até assassinatos em diferentes regiões do país — muitos mortos dentro de suas casas, por desconhecidos ou, tragicamente, pelos próprios familiares. A violência física é apenas a face mais visível de um problema estrutural que inclui abandono, pobreza, exploração financeira e desamparo psicológico.
O Brasil envelhece rapidamente, mas as políticas públicas de proteção à pessoa idosa permanecem frágeis, mal fiscalizadas e, em muitos municípios, inexistentes. Programas de acolhimento, apoio psicológico, moradia assistida e centros de convivência são escassos, e as redes de denúncia — como o Disque 100 — ainda enfrentam subnotificação e lentidão nas respostas.
Enquanto isso, o idoso brasileiro segue exposto, muitas vezes invisível, à violência e à indiferença social. Casos como o de Araripina revelam não apenas a crueldade dos agressores, mas também o fracasso do Estado em garantir dignidade e segurança a quem já contribuiu por toda uma vida para o país.














