Os fatos começam a ficar mais claros e a jogar luzes sobre ação policial que redundou em três mortos – um deles motorista de aplicativo- e um policial ferido, durante tiroteio no bairro do Guamá. A ação dos agentes de segurança, de acordo com denúncias que chegam ao Ver-o-Fato teria sido precipitada – pior ainda, desastrada – e não teria seguido a própria norma policial de tentar resgatar o refém em poder dos bandidos. O motorista de aplicativo Uber, João Batista, acabou morrendo por tiros disparados pela própria polícia, segundo familiares.
As autoridades da Polícia Civil têm o dever de explicar a população a atuação de seus agente nessa operação, quem a coordenava, os envolvidos, e se houve tentativa negociação com os criminosos que estavam no veículo ou se esses policiais saíram atirando contra quem estava dentro do carro. Respostas convincentes, nessa horas, são importantes para esclarecer o caso. Ou pelo menos a Polícia Civil apresentar a versão dela.
Em um vídeo enviado ao Ver-o-Fato, o sr. Elias Oliveira, cunhado de João, o motorista de Uber morto durante a ação policial, faz uma narrativa emocionada e denunciadora. “Estou fazendo esse vídeo como forma de protesto, porque no meio da família nós tivemos uma vítima. Para quem não sabe, o meu cunhado, João Batista, estava trabalhando e infelizmente foi abordado por bandidos que fizeram ele como refém”. João era evangélico e tecladista da igreja.
Elias Oliveira continua a narrativa: “aí, levaram ele dentro do carro. Só que eles verificaram que a polícia vinha atrás, correndo atrás deles (bandidos) e agiu de forma imprudente, atirando muito no carro. Eles já sabiam também que tinha um refém lá, só que atiraram no carro sem pensar quem estava lá. Quero falar que não temos mais que aceitar esse tipo de atitude, de imprudência de um profissional que a gente tem que respeitar, mas dessa forma, gente, impossível”.
Mais adiante, Oliveira desabafa: “uma pessoa (João Batista) que era pai de família, cristão, eles se congregavam na 2 de Julho, ele tocou na Assembleia de Deus da 14 de Março, Centro de Convenções, em várias igrejas. Ele sempre estava nos eventos e uma coisa que sempre lembro é que ele nunca cobrava pra tocar nas igrejas, ele nunca deixou de ajudar alguém a aprender a tocar o instrumento, se ele sabia que iria fazer o bem a uma pessoa”.
Por fim, o cunhado da vítima, resume : “estou fazendo esse vídeo como ato de revolta. É impossível aceitar isso, entendeu? Infelizmente, para piorar a nossa situação, ele foi reconhecido ainda como bandido, sabe, e lá no hospital não queriam assinar documento pra liberar o corpo, porque ele estava sendo reconhecido pelos policiais como bandido, e todo nós sabemos que o João não era bandido, era cristão, músico, pai, presente, uma pessoa que sempre trabalhou e correu atrás do sustento para sua família. Estou fazendo esse vídeo para pedir por justiça. Essas pessoas que fizeram isso, de forma incorreta Têm que ser responsabilizadas. A gente não tem que aceitar isso”.


Veja o vídeo
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