Não é de hoje que os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) reclamam do tratamento fornecido pela Unidade de Pronto Atendimento da Marambaia, que é gerida pela Organização Social Instituto Nacional de Pesquisa e Gestão em Saúde (In Saúde), com sede em São Paulo.
Uma usuária que é técnica de radiologia e recentemente precisou de atendimento na UPA da Marambaia, situada na rua Maravalho Belo, saiu do local revoltada, segundo ela pelo “atendimento lixo” que recebeu, chegando ao ponto de ser intimidada pelo segurança da unidade por reclamar e exigir um tratamento adequado.
A denunciante, que terá a identidade preservada, disse ao Ver-o-Fato que o problema é serio devido inclusive à desorganização da coordenação da UPA, que, entre outras falhas, permite o acúmulo e a mistura das prescrições dos pacientes, provocando confusão na hora dos atendimentos.
“Minha pressão estava alta e eu estava precisando de atendimento, mas não encontraram logo a minha prescrição e eu fui reclamar também para saber que horas seria atendida, isso depois de esperar por muito tempo. Também reclamei que haviam poucos funcionários para muitos pacientes e o segurança tentou me intimidar, mas eu disse que não tinha medo e que conhecia meus direitos”, afirmou a técnica.
Segundo ela, quando finalmente foi atendida, notou que a medicação dada a ela estava errada da prescrição e chamou a atenção da funcionária, que jogou a culpa para a farmacêutica. Ela disse que se sentiu sozinha e sem ajuda. “Não tem estrutura, ninguém está ai , todos estão ocupados no celular, as vidas não importam para eles. Eu perdi minha filha Lueny Oliveira por negligencia no Ophir Loiola. Peço socorro e ninguém me ouve”, desabafa.
Além da denúncia da técnica de radiologia, outros profissionais de saúde constataram as mesmas falhas e falta de transparência na gestão da UPA da Marambaia, inclusive na contratação e demissão de funcionários e na compra de materiais.
A coordenadora da UPA, que é responsável pelas contratações, juntamente com o diretor, fazem questão de dizer aos candidatos às vagas que surgem, que a gestão da unidade é independente da Secretaria Municipal de Saúde e que nem o prefeito manda lá.
A prefeitura pode não mandar na UPA, mas os profissionais de saúde sabem que ela paga para a OS In Saúde todos os meses, verba cujo valor é alto. Aliás, a mesma OS é gestora da UPA do Jurunas.
A Sesma, gestora do sistema municipal de saúde, foi procurada pelo Ver-o-Fato e disse que vai apurar a denúncia.