Na manhã desta quarta-feira (8), um crime grave abalou o município de Igarapé-Miri, na região do Baixo Tocantins, Pará. A jovem Maria da Conceição Amaral, filha do ex-prefeito Ailson Amaral, conhecido como “Pé de Boto”, foi sequestrada junto com o marido — identificado apenas como Júnior — durante um assalto à Fazenda Jamorim, situada na zona rural da cidade.
De acordo com informações, o caso foi registrado pela Polícia Civil no boletim de ocorrência nº 00000/2025, lavrado pelo investigador Endyson Costa de Moraes, lotado na Superintendência do Baixo Tocantins. O documento relata que oito homens armados invadiram a propriedade nas primeiras horas da manhã, renderam os trabalhadores rurais e mantiveram as vítimas sob cárcere enquanto exigiam uma transferência de R$ 150 mil.
Ainda segundo o registro policial, o casal foi levado do local antes que o pagamento fosse confirmado. As forças de segurança realizam buscas intensas na região do Rio Jamorim/Anapuzinho, área de difícil acesso e cercada por mata densa e igarapés, na tentativa de localizar os sequestrados e prender os criminosos.
O advogado Amadeu Correa, que representa a família do ex-prefeito, entrou em contato com o portal Ver-o-Fato para expressar a profunda preocupação dos familiares e pediu que as autoridades estaduais intensifiquem as ações de resgate. “É uma situação de desespero. A família está abalada e clama por uma resposta rápida da polícia”, afirmou o advogado.
O sequestro causou forte comoção em Igarapé-Miri, onde o ex-prefeito “Pé de Boto” é figura conhecida na política local. Moradores da zona rural relataram medo e sensação de insegurança crescente na região, onde já ocorreram outros episódios de violência e assaltos a propriedades rurais.
O caso evidencia a escalada da violência no interior do Pará, especialmente nas áreas rurais, onde a presença do Estado é limitada e a vulnerabilidade dos moradores aumenta.
A ousadia dos criminosos — agindo em grupo, em plena luz do dia e exigindo quantias vultosas — reforça a necessidade urgente de ações integradas de segurança pública, inteligência policial e presença efetiva das forças do Estado.
Trata-se de um episódio que, além de chocar pela brutalidade, também acende um alerta sobre o abandono da zona rural e a falta de políticas preventivas que garantam proteção aos cidadãos que vivem e produzem no interior paraense.
