Se você tem um perfil nas principais redes sociais de vídeos, certamente nas últimas semanas o algoritmo te direcionou para conteúdos acerca de Retanabá, uma suposta cidade de 450 milhões de anos que abriga uma riqueza imensurável, estando localizada na região Amazônica, mais especificamente no norte do estado do Mato Grosso, próximo da fronteira entre Pará e Amazonas.
Segundo os defensores da sua existência, o local teria sido construído por uma civilização super avançada, contando com túneis que interligariam a outras regiões do planeta, além de abrigar uma riqueza capaz de deixar os amazônidas milionários. Por outro lado, professores e pesquisadores de áreas correlacionadas com o tema, entram na arena de debates nas redes sociais e desmentem o que está sendo classificado como teoria da conspiração.
A teoria acerca da suposta cidade milenar é difundida principalmente pelo instituto Dakila Pesquisas, que não tem qualquer vinculação com instituições de pesquisas, universidades ou órgãos oficiais. Seus críticos apontam que o instituto defende outras teorias como a terra plana e movimentos anti-vacina.
O líder do instituto é Urandir Fernandes de Oliveira, conhecido por difundir a história acerca da existência do “ET Bilu”, que ganhou publicidade em 2010 após a TV Record realizar uma matéria que entrevistava o suposto extraterrestre, que muitos apontam ser o próprio Urandir.
Fato é que Urandir e outros estão convictos de que a cidade, também chamada de ‘Capital do Mundo’, foi descoberta e está sendo alvo de cobiça internacional. Seus defensores apontam que a verdadeira intenção de ONG’s e até do bilionário Elon Musk é saquear o local. Nas redes sociais o instituto postou um vídeo que mostra uma equipe indo sobrevoar o local, que conta com linhas na mata fechada.
Professores e pesquisadores apontam que o caso deve ser mais uma teoria da conspiração. Um dos argumentos científicos mais utilizados para combater a teoria aponta para a idade da suposta civilização avançada, 450 milhões de anos: nem os dinossauros existiam nessa datação, já o Homo sapiens sapiens, teria surgido há 350 mil anos, na África, bem longe do período que defende o grupo.
Muitos acreditam que provavelmente o grupo desvirtuou um estudo publicado no mês passado, na revista Nuture, onde mostra que pesquisadores encontraram uma cidade através de ruínas localizadas na região de Llanos e Mojos, na Amazônia, só que na Bolívia. Para encontrar as ruínas, foi utilizado uma tecnologia moderna chamada LIDAR, que fez um mapeamento com sensores e encontrou 26 sítios arqueológicos da cultura Casarabre, que seriam indígenas que viveram no lugar por volta do ano 500 até 1400, aproximadamente. Além disso, foi registrado a presença de pirâmides, muralhas e sistema complexo da manejo da água.
O caso continua ganhando grande repercussão na internet, sendo tema de debates em podcast, dividindo opiniões de influenciadores digitais e até entrando na seara da política, após fotos de Urandir tendo encontro com um ministro do governo federal terem sido publicadas. Fato é que a repercussão tem gerado muito ‘like’ e não deve ter um fim tão próximo.
Se no período de colonização do Brasil muitos acreditavam existir a cidade de El Dourado, na Amazônia, parece que agora é Ratanabá o alvo da vez.














