A máquina publicitária do governo Helder Barbalho na mídia nacional da velha e carcomida imprensa, gastando dinheiro público aos tubos, não foi suficiente para impedir a publicação de um novo escândalo. Na manhã desta quinta-feira, 12, a Polícia Federal deslanchou a Operação Ratio Reddecia – que pode ser traduzida como Prestação de Contas Racional – destinada a apurar suspeitas de desvios de recursos federais no âmbito da gestão do atual governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).
Primeiro a publicar a matéria, o portal UOL relata que a operação envolveu a realização de buscas e apreensões de documentos em locais ligados a pessoas próximas ao governador. Entre os alvos estão as residências de Rodrigo Montoril, atual esposo da deputada federal Elcione Barbalho (MDB), mãe do governador e do ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, o “Jaderzinho”, além dos empresários Roger Aguilera, presidente do Paysandu, e Fábio Simões, proprietário da empresa MWS Eventos e Buffet. Há outros envolvidos.
Ainda segundo o portal, a autorização para a operação foi concedida pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que reforça a gravidade das acusações e indica a possibilidade de envolvimento do mandato da deputada Elcione Barbalho. As suspeitas recaem sobre o desvio de emendas parlamentares destinadas ao governo do Pará.
A ação da PF é mais um capítulo preocupante envolvendo suspeitas de corrupção na gestão pública brasileira, desta vez diretamente ligada ao núcleo familiar do governador do Pará. O envolvimento do STF na autorização das diligências indica a seriedade das acusações, já que a corte só atua em casos que envolvam autoridades com foro privilegiado, como a deputada emedebista.
O esquema supostamente utilizaria recursos públicos federais destinados ao desenvolvimento regional. Isso levanta questões sobre a transparência na gestão de emendas parlamentares e o impacto desses possíveis desvios na vida da população paraense, que depende de serviços essenciais frequentemente precarizados.
A Justiça e os órgãos de controle têm a oportunidade de demonstrar rigor na apuração dos fatos, reafirmando o compromisso com a ética e o combate à corrupção. Contudo, é imprescindível que as investigações sejam conduzidas com imparcialidade e que os acusados tenham o direito à ampla defesa respeitado. Se confirmadas as irregularidades, as consequências devem ser exemplares, para restaurar a confiança da sociedade nas instituições públicas
Os crimes investigados seriam de peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os recursos públicos, de acordo com as investigações eram desviados por meio de esquemas fraudulentos em processos licitatórios. No total, 16 mandados de busca e apreensão foram expedidos pelo STF, sendo cumpridos nos estados do Pará e São Paulo.
Conexões e esquemas ilícitos
Segundo informações apuradas, Fábio Simões, proprietário de empresas que fornecem alimentação para presídios e hospitais públicos, como Ophyr Loyola, Gaspar Vianna e Hemopa é apontado como compadre do ministro do governo Lula, Jader Filho, um cristão novo na política que comanda o MDB estadual.
Há indícios de que empresas envolvidas no esquema operavam como verdadeiras máquinas de desvio, favorecidas por contratos públicos fraudulentos e exclusividade nos serviços. Isso é um tapa na cara do cidadão que paga impostos e enfrenta filas em hospitais sucateados, enquanto poucos enriquecem às custas do sofrimento coletivo.
Ao desviar verbas desses setores, os envolvidos atacam diretamente a base do serviço público, agravando a precariedade já existente e jogando o custo desse roubo nas costas do cidadão comum.
Essa prática é uma afronta, uma demonstração de completo desrespeito às regras básicas de moralidade e decência. Não se trata apenas de desvio de dinheiro — trata-se de desviar vidas, esperanças e direitos.
Divisor de águas
O sucesso da operação depende agora da análise dos documentos apreendidos e do aprofundamento das investigações. Se confirmadas as suspeitas, os responsáveis poderão responder por crimes graves, como peculato e lavagem de dinheiro, que possuem penas severas. Além disso, o caso reforça a necessidade de um maior controle sobre os contratos públicos e a gestão de recursos destinados a serviços essenciais.
A sociedade paraense aguarda respostas concretas, enquanto o escândalo se desdobra em novas etapas. O combate à corrupção exige transparência, rigor na aplicação da lei e uma Justiça que atue de forma imparcial para garantir a responsabilização dos envolvidos.
A Operação Ratio Reddencia precisa ser mais do que manchete: deve ser um divisor de águas. Que cada centavo desviado seja rastreado, que todos os culpados sejam identificados e levados à Justiça e que o dinheiro público seja devolvido para cumprir o papel que lhe cabe: atender o povo, não encher o bolso dos corruptos.
O Ver-o-Fato vai trazer fatos novos aos seus leitores sobre este novo escândalo na gestão estadual.
Aguardem.