Sacar dinheiro usando o telefone até pouco tempo parecia impossível sem o uso das novas tecnologias. Mas, a cada dia, as inovações estão invadindo a vida do consumidor e tornando rotinas até então inimagináveis em realidade. As novas tecnologias são responsáveis por essa transformação. As soluções conquistam espaço em todos os setores e, nos caixas eletrônicos, não seria diferente.
Quando as máquinas de autoatendimento surgiram, décadas atrás, o equipamento representava apenas uma forma rápida e eficiente de ter acesso ao dinheiro. Claro que essa função continua forte e relevante atualmente, basta lembrar que, só em 2020, mais de R$ 394 bilhões foram sacados no Banco24Horas, que pertence ao grupo TecBan.
Os caixas, no entanto, têm se tornado um ponto de acesso aos mais diferenciados serviços financeiros e um ponto de relacionamento. “O brasileiro não utiliza o caixa eletrônico apenas para sacar dinheiro, mas sim para acessar uma vasta gama de soluções que auxiliam no controle de sua vida financeira: pagamentos, recargas, depósitos, transferências”, explica Carlos Quevedo, Gerente Executivo de Arquitetura Corporativa e Inovação Tecnológica na TecBan.
Segundo os dados da empresa, mais de 3 milhões de brasileiros usam o Banco24Horas todos os dias, muito por conta dessa amplitude de serviços. “E, com cada vez mais tecnologia sendo embarcada nos caixas eletrônicos, a tendência é que isso se expanda”.
O uso do smartphone tem sido um aliado importante nos últimos tempos para muitas pessoas que vivem em locais onde não há acesso a uma agência bancária. Nesse cenário, os celulares e os próprios caixas eletrônicos, por exemplo, são uma parte de destaque da jornada de consumo de uma parcela dos brasileiros.
Pesquisas apontam, inclusive, que a maior parte dos consumidores usa, em um momento ou outro, mais de um meio para interagir com sua instituição financeira.
“Para algumas pessoas, como a parcela de 20% de adultos que não têm acesso à internet, alguns canais são mais difíceis de acessar que outros. Por isso, nosso foco não é desenvolver soluções que atendam apenas um meio, pois isso acaba excluindo uma parte relevante da interação entre usuários e instituições. O verdadeiro desafio é construir soluções que façam todos esses meios interagirem”, explica Quevedo.
Desde 2019, por exemplo, a TecBan disponibiliza o Saque Digital, que permite que muitas pessoas consigam retirar dinheiro vivo por meio de um código numérico enviado ao celular ou escaneando um QR Code. É uma solução que integra os meios físicos e digital, ou seja, o caixa eletrônico e o dispositivo móvel, trazendo conveniência ao consumidor. “Soluções e serviços que sigam esse formato, de coexistência e integração, são as melhores opções para a inclusão financeira dos brasileiros como um todo”
Outros passos
Por isso, o caminho traçado pela companhia visa focar em um processo de inovação contínuo, que está presente no próprio direcionamento estratégico da empresa. Dessa forma, o plano de inovação da TecBan foi cuidadosamente desenhado, levando em conta o seu core business.
De acordo com o Carlos Quevedo, atualmente, o planejamento se desdobra em um programa denominado Crie e Compartilhe. “O objetivo é integrar a estratégia da TecBan, identificando novos mercados e soluções, além de inovar com metodologia e buscar ser cada vez mais eficiente no business vigente. Com essa e outras iniciativas, estamos viabilizando cada vez mais maneiras de testar novas soluções rapidamente e de forma mais barata, para então decidirmos investir o tempo e dinheiro da companhia”.
Vale lembrar que novidades tecnológicas se transformaram em sinônimo de relevância, fidelidade e ainda agrega clientela. Um dos principais exemplos de potencial disruptivo, no momento, está no 5G. Mais do que melhorar o que já existe no mercado, a quinta geração de internet móvel deve criar um ambiente para que novos produtos e serviços surjam no mercado.
“Ano passado, lançamos o primeiro caixa eletrônico 5G da América Latina. Já estamos trabalhando em novos serviços que podem ser oferecidos por meio dos caixas com a nova tecnologia. Alguns exemplos são atendimento via conferência, monitoramento em vídeo em tempo real, utilização do caixa como ponto de distribuição de tecnologia 5G via hotspot Wi-Fi, entre outras possibilidades”
Mais destaques
Outras tecnologias também prometem entrar em cena e atrair usuários ávidos por revoluções tecnológicas e facilidades para acessá-las. Duas delas também chamam a atenção pela relevância e destaque no cenário atual.
As criptomoedas, com lastros em reais, estão nessa lista. “Cada vez mais as pessoas irão negociar moedas de todos os tipos, sejam NFTs, Criptos, Real ou moedas estrangeiras, como o dólar. O ATM pode ser um grande “conversor” dessas moedas virtuais para as reais, já que em algum momento elas precisarão ser materializadas”.
Imagine um turista que está viajando pelo mundo e que tem em sua carteira digital diversos tipos de moedas para serem trocadas no país em que decidir passar uns dias. “Pois bem, o caixa eletrônico pode fazer o saque das mesmas para o viajante”.
Aliado a operações de Internet das Coisas (IoT), o 5G também deve mexer com a oferta de serviços na rede bancária. “Cada vez mais as experiências de usuários estão ‘seamless’ ou ‘frictionless'”, diz Quevedo. Com isso, é possível usar qualquer canal em conjunto com outro.
Fazer um saque a distância e simplesmente pegá-lo mais tarde ou em algum horário desejado. Passar perto de um caixa eletrônico e utilizar o smartphone para reconhecê-lo e liberar o dinheiro. Ou até o próprio carro identificá-lo para o caixa também. Certamente, são múltiplas possibilidades que podem surgir.
“A questão de autenticação e da prova de vida ainda é ainda muito relevante no Brasil por conta de segurança. Então o caixa eletrônico assume também um papel de ponto de autenticação de determinadas operações”, avalia o executivo da TecBan. (AE)