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A Fundação Nacional do Índio (Funai) pensa e age como se seus tutelados – sem ordem deles – fossem bobos e que devem seguir as ordens de Brasília, emanadas pelo governo dos “brancos”. Na cultura e no modo de ser indígena, não é assim que a coisa funciona. A Funai, aliás, nunca respeitou a autodeterminação dos povos que aqui já estavam quando chegaram os colonizadores portugueses.
Os índios da etnia kayapó, por exemplo, engrossam um movimento há dez dias, fechando a rodovia Santarém-Cuiabá para reivindicar energia elétrica em suas aldeias, prometidas faz tempo pelo governo federal, além de melhorias nas estradas vicinais e criação de uma sede da Funai em Novo Progresso. Hoje, os kayapós da BR-163, quando querem reivindicar alguma coisa, precisam viajar mais de 1,2 mil quilômetros até a sede da Funai em Redenção, no sul do estado.
A estrada só será liberada depois que o governo atender a essas reivindicações dos índios e de “brancos” que cobram regularização fundiária das terras que ocupam na região. A Funai respondeu que só conversa com os índios, para analisar suas reivindicações, se eles forem à Brasília (DF). Os índios rejeitaram a proposta e afirmam que só conversam com a Funai em Itaituba, ou seja, próximo de suas aldeias.
E mandaram uma carta (acima) para o presidente da Funai. Um trecho da carta, cuja cópia os índios mandaram ao Ver-o-Fato, resume tudo: “somos kayapó, não somos bobos”.
Bobos, de fato, são os que pensam que eles são bobos.
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