Um servidor do Hospital Estadual Abelardo Santos, que pediu para não ser identificado e evitar perseguições, enviou ao Ver-O-Fato sérias denúncias contra as condições de trabalho naquela casa de saúde, que é administrada por uma Organização Social, a quem acusa de ser “incompetente, intransigente, que não paga os direitos do trabalhador, presta assistência apenas no protocolo e pratica assédio de todo tipo”.
O servidor, que disse falar em nome de outras centenas de “colaboradores oprimidos”, deixou claro que seu posicionamento é “exclusivamente técnico, por tudo que vivenciamos nos últimos meses, sem paixão por empresa A ou B, até porque, pra mim, o importante é o resultado, independente de quem vai assumir a gestão”.
Segundo ele, é um sentimento de frustração, que está abalando o corpo de funcionários do Abelardo Santos. Ele lembrou que recentemente foi concluído o processo de seleção para a gestão do hospital e que ficou muito feliz, quando o resultado foi conclusivo pela troca da gestão.
Ocorre que, conforme ele disse, “no decorrer desta semana, a equipe técnica do Instituto Mais Saúde se apresentou no Abelardo Santos e segundo informações ditas em reuniões, pelos atuais gestores, a equipe da diretoria vai permanecer”.
Mentira ou verdade?
Para o denunciante, “o que instiga bastante é que os gestores estão repassando para as lideranças que a nova O.S. não possui corpo técnico qualificado para assumir este hospital”. Ele quer saber como uma empresa se submete a uma concorrência para gerir um hospital e não possui equipe técnica. “Sinceramente, eu prefiro acreditar que tudo isso são inverdades plantadas pelos atuais gestores, aliás, eles são excelentes em espalhar falsas notícias, fizeram isso muito bem durante os últimos meses”, apontou.
Ele afirma que os servidores precisam de mudanças, pois essa é a expectativa criada, de trabalhar em uma empresa experiente, qualificada e coesa, “para que possamos ter os nossos direitos como trabalhadores e que consiga (a empresa) prestar assistência real e de qualidade para os usuários do Sistema Único de Saúde.
O servidor disse também que a Sespa fez auditoria recentemente no hospital, mas até agora o relatório não foi divulgado. “Quero acreditar que nesse relatório vão aparecer todas as graves e sérias fragilidades que ocorrem na área assistencial, da qual eu faço parte. Eu presenciei as constatações das inconformidades verificadas”, ressaltou.
Por fim, ele afirmou que os atuais gestores do hospital “são incompetentes, intransigentes, não pagam os direitos do trabalhador, prestam assistência apenas no protocolo, praticam assédio de todo tipo. A prática é desastrosa”. E destacou que vão continuar trabalhando na esperança de que, daqui a pouco, as coisas se resolvam.
“Se manifestem (servidores) também, precisamos ser ouvidos. Vamos fazer chegar ao governador essa dobradinha da Sespa com essa O.S. em pleno período pré-eleição”, completou.
” Helder, nem aí “
Um outro servidor, mais incisivo, disse que o governador Helder Barbalho “não está nem aí para a saúde do estado, pois seu único objetivo é se reeleger, custe o que custar”. E arrematou: “para os Barbalho, o que importa é o poder, o comando dos cofres públicos, mas parte da população parece cega para os problemas que se avolumam, enquanto Helder dança em festas públicas, tripudiando sobre o sofrimento de seus governados”.