Em meados de 2010 surgia, no norte e nordeste, o debate sobre a necessidade de torcer por um time local e deixar para trás a torcida por times de outras regiões, principalmente do eixo sudeste.
“Torcedores mistos” foi o nome que se deu aquela pessoa que torcia por dois clubes, dando prioridade para os televisionados de RJ e SP. Tal movimento gerou muito debate interno nas torcidas, chegando a ter campanhas para que fosse proibido a entrada de torcedores com camisas de clubes das regiões acima mencionadas. As discussões ainda continuam, mas nessa reta final de campeonato brasileiro da série C, outra discussão ganha relevo dentro das torcidas de Remo e Paysandu.
Com os dois clubes paraenses com grandes chances de conseguir o acesso para série B, alguns torcedores das duas equipes resolveram levantar a bandeira de que nessa reta final o Pará está acima de qualquer rivalidade, portanto, que a torcida deve ser pelo acesso dos dois, mas, claro, com o rival em segundo.
Essa maneira de repensar a torcida em meio a uma grande rivalidade, argumenta o quão lindo ficará a Doca (ponto de encontro tradicional de comemorações esportivas em Belém) quando o Pará sair vitorioso. Também é utilizado a persuasão ao imaginário regional, colocando que a dupla RExPA reinaria sobre a dupla sulista, no caso, o time do Londrina e do Ypiranga. Alguns já fazem até as contas de que seria melhor que cada um ganhasse em cada turno. Mas esse pensamento vem encarando grande oposição nos grupos dos clubes nas redes sociais.
Alguns torcedores não abrem mão de querer o triunfo apenas do seu clube, incluindo, a vontade de ver o rival se dando mal. Essa corrente acredita que não há como coabitar com a alegria do outro lado da Av. Almirante. Argumentam sempre com algum fato histórico em que os rivais não demonstraram nenhum tipo de empatia por erros de juiz ou derrotas vexatórias para clubes do sul e sudeste. A discussão continua acalorada nas redes sociais, todo dia algum torcedor faz um textão justificando sua filiação em algum dos dois “partidos” futebolísticos.
O papo vai longe. Resta saber o que vai acontecer dentro de campo. Vai ter Doca pra quem? Ano passado não houve para nenhum dos dois. Que esse ano seja diferente.
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