A estudante de Direito Ana Paula Veloso, apontada pela Polícia Civil de São Paulo como uma “serial killer”, confessou ter matado o senhorio Marcelo Hari Fonseca na noite de 26 de janeiro deste ano. Segundo ela, o crime aconteceu após uma discussão e supostas ameaças que o homem teria feito à sua família. Ana Paula admitiu que só chamou a polícia cinco dias depois, quando o filho começou a reclamar do cheiro forte e ela percebeu larvas se espalhando pela casa. O Extra.globo também publicou a matéria.
Em depoimento, Ana Paula afirmou que deu uma facada em Marcelo durante uma briga. Ela contou que o golpe foi desferido debaixo da axila direita do homem, que teria sentado no sofá “falando um monte de coisa na minha cara”. Segundo a universitária, ele não reagiu de imediato: “Ele olhou, levou um susto. Parece que não tinha percebido que tinha levado uma facada. Eu saí, enrolei a faca e escondi”.
A estudante disse ainda que cobriu a entrada da sala com um lençol para evitar que o filho e a sobrinha vissem o corpo e jogou a faca fora no dia seguinte, em um bueiro. Ela afirmou ter contado o ocorrido à família apenas quando o cheiro se tornou insuportável. “Esperei passar uns dias e vi que ele não chamou a polícia ou foi ao médico. Só que começou a feder muito. Aí meu filho falou: ‘mãe, meu Deus, está fedendo demais’. Eu vi os bichinhos andando lá na frente atravessando a parede”, relatou.
Ana Paula ligou para o 190 por volta das 17h do dia 31 de janeiro. As câmeras corporais dos policiais militares que atenderam à ocorrência registraram toda a ação. Nas imagens, obtidas pelo EXTRA, ela aparece na rua dizendo ser inquilina de Marcelo e que não conseguia contato com ele havia dias. Quando soube que o vizinho estava morto, sorriu. A confissão do crime só foi feita meses depois, já sob custódia da polícia.
Marcelo foi encontrado sentado no sofá, em estado avançado de decomposição. Os policiais comentaram o forte odor vindo da casa, e a agente responsável precisou usar máscara cirúrgica antes de entrar. Ao localizar o corpo, ela informou Ana Paula sobre a morte, e a estudante reagiu com aparente surpresa, chegando a sorrir brevemente antes de cobrir o rosto com as mãos.
Durante a conversa com os policiais, Ana Paula afirmou que não possuía contrato de aluguel e disse apenas ter o PIX de Marcelo. “Ele me deu o nome de Alan, mas a moça da livraria disse que era Marcos”, declarou. Em outro momento, demonstrou novamente um comportamento incoerente ao comentar o estado do corpo: “Ai, estou até passando mal. Nem sei se meus cachorros estão vivos.” Questionada se havia estado na casa nos dias anteriores, respondeu que sim, mas que “passou direto”.
Ela também afirmou que o senhorio “arrumava confusão direto” e que acreditava que o mau cheiro fosse resultado de fezes ou urina no imóvel. “Eu chamei a polícia tem três dias porque (Marcelo) mostrou a arma para ele (apontando para um adolescente), mas vieram aqui e disseram que não poderiam entrar”, disse.
Nos dias seguintes, a universitária gravou vídeos queimando o sofá onde Marcelo foi encontrado morto, justificando a ação como uma tentativa de “tirar odores” e “limpar a sala”. A polícia afirma que ela fez isso para destruir provas. Ela ainda acusou a família da vítima de se preocupar apenas com dinheiro, o que foi negado pelos parentes, que acionaram a Justiça alegando que Ana Paula impediu a entrada deles no imóvel, sem apresentar qualquer comprovante de pagamento de aluguel. A estudante também teria ameaçado os familiares dizendo ser “do Comando Vermelho” do Rio de Janeiro.
O caso só foi reaberto após a filha de Marcelo recorrer à Justiça. O inquérito havia sido arquivado por falta de indícios de autoria e pela impossibilidade de exames complementares, já que o corpo estava em estado avançado de putrefação.
O advogado Fabio Gerdulo, representante da filha da vítima, apresentou novas provas que levaram à reabertura das investigações. No dia seguinte à morte, a filha de Marcelo encontrou a casa trancada e ouviu de Ana Paula que ela era inquilina, mas a estudante não apresentou qualquer documento que comprovasse a relação locatícia. Segundo a denúncia, Ana Paula também teria ameaçado os familiares da vítima, dizendo ser advogada e alertando que “algo de ruim iria acontecer” caso insistissem em entrar na casa.
Dias depois, ela foi vista queimando pertences do local. Em novo depoimento, Ana Paula confessou o assassinato e confirmou ter colocado fogo no sofá onde o corpo de Marcelo Hari foi encontrado.















