Veja a estatística atualizada entre os dois gigantes da Amazônia
Remo e Paysandu entram em campo neste sábado, dia 21, às 18h30, para escrever mais uma linha numa das páginas mais bonitas e intensas do futebol brasileiro. Não estamos falando de uma simples partida de futebol: estamos falando do Re-Pa, o clássico mais jogado do planeta, uma batalha centenária que mexe com a alma e o coração de toda uma população.
O palco não poderia ser outro: o Mangueirão, templo sagrado do futebol paraense, que se prepara para receber uma das maiores festas esportivas do país.
Não é exagero dizer que o Re-Pa não começa quando o árbitro apita, mas quando as cores entram nas ruas e nas casas de Belém, quando as bandeiras tremulam nas janelas e o grito das torcidas passa a ecoar por toda a cidade. Nos arredores do estádio, o clima de batalha e de celebração começa muito antes. Dentro do Mangueirão, a magia toma forma: mosaicos gigantes, bandeiras tremulando, gritos apaixonados e uma atmosfera tão única que balança a estrutura de concreto e aço.
Não existe empate nas arquibancadas: só amor, paixão e uma rivalidade histórica que não dá trégua.
Remo e Paysandu não são apenas times de futebol. São instituições centenárias que representam a cultura, a identidade e o espírito do Pará. O Re-Pa não é só uma disputa de três pontos: é uma batalha por honra e por uma paixão que passa de geração para geração.
Os rivais não entram em campo para disputar uma simples partida de futebol. Não entram para buscar apenas três pontos ou uma colocação temporária. Entram para representar uma paixão tão viva e tão presente que passa de avós para netos, de pais para filhos, e assim se perpetua, tão antiga e tão atual.
A cada drible, cada dividida e cada grito, uma história está sendo escrita no gramado e nas arquibancadas. O Mangueirão vai tremer, vai pulsar e vai exalar a magia de um clássico que não é só paraense ou brasileiro, mas do futebol mundial. Porque o Re-Pa não acaba quando o apito final soa. Ele não tem hora para acabar. É eterno.
Não à toa, esta edição – o confronto de número 779 – carrega uma atmosfera especial: após quase 20 anos, Leão e Papão voltam a se enfrentar pela Série B do Campeonato Brasileiro. A atual realidade dos times não poderia ser mais contrastante.
O Remo, com 20 pontos, flerta com o G-4 e sonha alto nesta edição. Já o Paysandu, com 7 pontos e uma única vitória até aqui, amarga a lanterna e tenta transformar o clássico no catalisador de uma recuperação improvável. A vitória para o Papão não o tiraria do Z-4, mas poderia representar uma mudança de rumo tão necessária para continuar lutando contra o rebaixamento.
As escalações e o clima dos elencos
O técnico Claudinei Oliveira, do Paysandu, teve uma semana de boas notícias. O DM alviceleste liberou seis jogadores para o clássico: o volante Ramón Martínez e o atacante Pedro Delvalle voltaram a treinar normalmente e se somam a Matheus Nogueira, Bryan Borges, Maurício Antônio e Lucca para reforçar o Papão. Por outro lado, Edílson, Quintana, Dudu Vieira, Martínez e Edinho ficam de fora, ainda em recuperação de contusões.
A formação provável do Paysandu para o confronto é: Gabriel Mesquita; Bryan Borges, Thiago Heleno, Novillo e Réverson; Leandro Vilela, Matheus Vargas e Ronaldo Henrique (ou Denner); Róssi, Benítez (ou Diogo Oliveira) e Marlón (ou Garcez).
Pelo lado do Remo, destaque para a estreia do técnico português António Oliveira, que tenta levar o Leão para mais uma vitória contra o maior rival. Outra novidade esperada pela torcida azulina é a possível estreia de Marrony, ex-Vasco, Atlético Mineiro e Fluminense, que começa no banco e pode entrar para incendiar o jogo.
A provável escalação remista: Marcelo Rangel; Pedro Costa, Camutanga, Klaus e Alan Armoa; Caio Vinícius, Giovanni Pavani e Pedro Castro (ou Régis); Pedro Rocha, Adaílton (ou Matheus Davó) e Janderson.
A arbitragem e a atmosfera do clássico
A arbitragem estará sob o comando de Rafael Rodrigo Klein, auxiliado por Alex Ang Ribeiro e Michael Stanislau, com Rodrigo D’Alonso Ferreira no VAR para garantir que cada detalhe seja avaliado com justiça.
Um espetáculo para a história e para o Brasil
A expectativa não poderia ser maior para este Re-Pa histórico, marcado por um ingrediente especial: depois de anos sem se encontrarem pela Série B, Remo e Paysandu voltam a disputar uma partida nacional no Mangueirão, e com chance de entrar para a galeria dos maiores públicos do novo estádio. O recorde atual pertence ao Remo, com 54.864 torcedores no jogo do acesso à Série C contra o São Bernardo em 2024. O Paysandu não fica atrás, com 49.807 contra o Amazonas, pela Terceirona de 2023.
Você está pronto para encarar essa batalha no estádio, assistir pela televisão, ou sofrer ouvindo-a pelo rádio? Vai ter muito suor, quem sabe sangue, e lágrimas.
Boa torcida.
NÚMEROS DE REMO X PAYSANDU
O Clássico mais disputado do futebol mundial.
Remo tem mais vitórias, o Paysandu
soma mais títulos de Campeão.
Jogos Disputados: 778. Vitórias do Clube do Remo: 269. Empates: 263. Vitórias do Paysandu: 246.
O próximo Re-Pa do dia 21.06.2025 será o de número 779.
Observação: O Clube do Remo soma 23 vitórias a mais do que o Paysandu.
Gols assinalados – Total: 1.967. O Paysandu soma 1 gol a mais do que o
Clube do Remo: Paysandu (984), Remo (983).
1° Re-Pa – 14.06.1914 – Camp. Paraense – Remo 2 x Paysandu 1.
Último Re-Pa – 11.05.2025 – Camp. Paraense – Remo 0 x Paysandu 1.
Maior placar a favor do Clube do Remo: Remo 7 x Paysandu 2.
Data: 05.03.1939. Taça Abelardo Conduru.
Maior placar a favor do Paysandu: Paysandu 7 x Clube do Remo 0.
Data: 22.07.1945. Campeonato Paraense de Futebol de 1945.
ESTATÍSTICA DOS TÍTULOS DE CAMPEÕES DA DUPLA RE-PA:
Torneio Início do Camp. Paraense (1.917-1.998): PSC, 26; Remo, 20.
Campeonatos do Estado do Pará: Paysandu, 50; Clube do Remo, 48.
Copa dos Campeões do Norte: Paysandu: 1; Clube do Remo, 0.
Copa dos Campeões do Brasil: Paysandu, 1; Clube do Remo, 0.
Torneios de Futebol Vencidos no Exterior: Paysandu, 4; Remo, 3.
Torneio Norte-Nordeste de Clubes (CBD): Remo, 2; Paysandu, 0.
Copa Verde: Paysandu: 5. Clube do Remo: 1.
Campeonato Brasileiro da Série B: Paysandu, 2; Clube do Remo, 0.
Campeonato Brasileiro da Série C: Paysandu, 0; Clube do Remo, 1.
Super Copa Grão Pará: Paysandu, 1; Clube do Remo, 0.
Resumo: PAYSANDU: 90 Títulos; CLUBE DO REMO: 75 Títulos.
Diferença a favor do Paysandu: 15 Títulos de Campeão.
Autor: Ferreira da Costa, jornalista, pesquisador, escritor, com 25 livros
publicados que resgataram a história do futebol do Pará.