Durante transmissão da Rádio Clube do Pará do jogo entre Londrina e Remo, pela série B do Campeonato Brasileiro, ontem, um comentário do narrador Cláudio Guimarães não passou desapercebido por parte do público nas redes sociais. O narrador, durante uma cobrança de falta aos 36 minutos do primeiro tempo, descreveu o cabelo do jogador Celsinho (ex Paysandu) como “cabelo meio ninho de cupim”.
O comentário foi apontado como racista por diversos perfis nas redes sociais, pois o comentário pejorativo a cerca do cabelo de um negro seria uma das formas de propagação do racismo. O cabelo estilo black power seria um símbolo de resistência, significando uma causa e uma luta.
Algo parecido já havia acontecido com o mesmo jogador na rodada anterior, quando comentarista de Goiânia (GO) descreveu o cabelo como “coisa imunda”, o que lhe rendeu afastamento da rádio em que trabalha. Aqui no Pará, por meio de nota, a direção da Rádio Clube também optou pelo afastamento do narrador:
“A direção da Rádio Clube do Pará repudia as palavras proferidas pelo radialista Cláudio Guimarães a respeito do jogador Celsinho durante a transmissão do jogo entre Londrina e Clube do Remo. A emissora rejeita, veementemente, qualquer tipo de discriminação e decidiu pelo afastamento imediato do profissional de sua equipe esportiva e pelo rigor na adoção das providências necessárias”, afirma nota da emissora. O Londrina também se pronunciou nas redes sociais dizendo que repudia a fala do narrador e que as providências cabíveis serão tomadas.
“Estou arrependido e peço desculpas”
Em nota pública divulgada, o radialista assim se manifestou:
“Eu, Cláudio, me arrependo e peço desculpas pelo comentário infeliz dirigido ao jogador Celsinho. Peço desculpas não só a ele, mas a sua família e todos aqueles que ofendi com meu comentário. Nessas poucas horas após o final do jogo, tenho tomado conhecimento de toda a dor que meu comentário causou e isso me envergonha.
Tomarei o episódio como lição para aprender profundamente sobre racismo e ter a consciência de que, como comunicador, não posso ter este comportamento. Evoluir é fundamental.
Também entendo que neste momento é importante arcar com todas as consequências da minha fala. Tenho quatro netos e desejo que eles vivam num mundo mais justo e igualitário, respeitando as diversidades. Então, para isso, eu também preciso me reeducar. Mais uma vez, minhas sinceras desculpas”.