Kellen Taynara Nascimento de Abreu, de 26 anos, foi encontrada morta na manhã desta terça-feira (17) na Baía do Guajará, região da Ilha do Combu, em Belém. A jovem, que trabalhava como consultora de veículos automotivos no bairro do Telégrafo e era mãe de um menino de apenas dois anos, João Lucas, havia desaparecido durante um passeio de lancha na tarde da última segunda-feira (16). O caso, inicialmente tratado como um possível acidente, levanta suspeitas de crime, e a Delegacia de Homicídios da Polícia Civil agora conduz as investigações.
Desaparecimento e localização do corpo
Kellen estava em uma lancha com outras cinco pessoas quando o grupo parou em um bar flutuante para beber. Segundo uma testemunha, a jovem teria descido para se banhar no rio e acabou sendo levada pela correnteza. Porém, amigos e familiares questionam essa versão devido a relatos contraditórios e ao clima de tensão que, segundo informações, teria precedido o desaparecimento.
O corpo da jovem foi encontrado por volta das 8h30 da manhã desta terça-feira (17), quando um homem que praticava canoagem avistou o cadáver boiando na água. O Grupamento Marítimo Fluvial do Corpo de Bombeiros foi acionado para realizar a remoção do corpo, que foi encaminhado à Polícia Científica para exames periciais.
Amigos e família acreditam em crime
Pedro Carvalho, amigo e ex-cunhado de Kellen, afirma que há controvérsias nos relatos das testemunhas presentes no passeio. Segundo ele, os horários mencionados não coincidem, e a versão do desaparecimento não convence os familiares. “Desconheço a amizade que a levou a esse passeio. Se existia, devia ser superficial, talvez pelas redes sociais. É uma revolta muito grande. Alguém tão jovem, mãe de uma criança pequena, perder a vida dessa forma é inaceitável. Queremos que isso seja esclarecido e, se for crime, que os culpados sejam punidos”, desabafou Pedro.
Além disso, familiares informaram que o dono da lancha, envolvido no passeio, apagou suas redes sociais após o ocorrido, o que gerou ainda mais desconfiança. A Polícia Civil já está investigando essa informação.
O delegado Silvio Garcia, titular da seccional do Guamá, informou que a lancha foi isolada para perícia, e todos os ocupantes — o dono da lancha, o marinheiro, um conhecido que convidou Kellen e duas mulheres — foram conduzidos à delegacia para prestar depoimentos. Os relatos iniciais são semelhantes, mas a polícia promete ouvir novamente as testemunhas em busca de divergências que possam esclarecer o caso.
Comoção e luto
A morte de Kellen Taynara causou grande comoção entre familiares, amigos e conhecidos. Jovem, trabalhadora e mãe dedicada, Kellen deixa um filho pequeno, João Lucas, que agora cresce sem a presença dela.
O caso levanta questões sobre segurança em passeios aquáticos e, principalmente, sobre as circunstâncias do ocorrido, que permanecem nebulosas. Enquanto a investigação avança, familiares clamam por respostas e justiça, em um misto de tristeza e revolta.