O deputado federal Cássio Andrade (PSB) deu entrevista ao Portal Ver-o-Fato – dentro do programa Ver-o-Fato Entrevista Eleições 2020 – defendendo a modernização da gestão da capital como única saída para transformar a cidade, tirando-a do atraso de décadas, beneficiando a população e atraindo o setor produtivo para novos investimentos e geração de renda. A entrevista foi concedida aos jornalistas Carlos Mendes, Val Mutran, Francisco Sidou e ao historiadorElson Monteiro, na última quinta-feira, 10 (veja íntegra aqui, no canto direito deste Portal)
De acordo com Cássio, que é pré-candidato a prefeito de Belém, a atual administração do prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) vai deixar a prefeitura completamente endividada para quem assumir o cargo, sem quase nenhum recurso para investimentos. “Quem assumir a Prefeitura vai encontrar uma dívida atual de R$ 800 milhões a R$ 1 bilhão. Dos 3 bilhões de reais de arrecadação anual, que são verbas carimbadas e já vem com destinação certa, apenas 1 por cento será destinado a investimentos na cidade”, explicou ele.
O deputado disse que todas as obras que estão sendo feitas atualmente pela prefeitura, como recuperação de praças, asfaltamento de ruas, saneamento e reformas não são provenientes de recursos próprios, mas sim de empréstimos contraídos por Zenaldo Coutinho, portanto, a bomba vai estourar nas mãos do próximo prefeito que assumir em janeiro de 2021.
Segundo Cássio Andrade, por causa desses problemas todos, o novo prefeito deve modernizar a gestão, inovar em busca de investimento, implantando também um sistema moderno de informática para ser utilizado na arrecadação de impostos.
“O Imposto Sobre Serviços (ISS) é a maior fonte de recursos do município hoje, com cerca de R$ 395 milhões, então temos que atrair o setor produtivo, trazer os empreendedores, o comércio para o lado da administração pública”, defendeu.
Ele enfatizou que uma das prioridades é implantar um sistema moderno de informática para agilizar o sistema de arrecadação e o trabalho em geral, pois hoje, “além de não ajudar, a prefeitura de Belém ainda atrapalha”. Para se ter ideia da dimensão do problema, disse o parlamentar, hoje, 62% do setor de serviços de Belém é de mão de obra informal e não são todos legalizados, por isso a prefeitura deixa de arrecadar.
Periferia e pobreza
O deputado disse ainda que já tem 20 anos de vida pública e conhece exatamente os problemas que a cidade enfrenta. “Eu enxergo os problemas e as dificuldades de Belém todos os dias e digo que dos últimos três gestores, nenhum inovou no sentido de transformar a capital numa cidade moderna, que tenha atraído os investidores, que tenha transformado a qualidade de vida da população e realçado a importância que Belém tem para o Brasil”, considerou.
Conforme o deputado, ao mesmo tempo em que pretende, caso eleito, atrair os investidores e o comércio para gerar renda, sua administração também vai dar atenção ao povo da periferia, pois a capital conta hoje com 40 por cento da população abaixo da linha da pobreza.
Ele declarou que pretende enxugar ao máximo a administração pública municipal, extinguindo algumas secretarias que na prática não têm utilidade e criando as Secretarias de Turismo e a de Segurança Municipal, com a integração da Guarda Municipal, a Defesa Civil e a Semob, criando uma hierarquia que hoje não existe, e ainda o Conselho Municipal de Segurança, interligado-a aos órgãos de segurança pública.
O “não” do PSDB
Sobre os motivos que fizeram o PSDB e outros partidos que antes o apoiavam se retirarem da coligação e escolherem outro candidato para apoiar, ele afirmou, sem querer revelar detalhes, que desconhece tais razões. “Não sei o que ocorreu, mas o grupo que tinha de 10 a 12 partidos se esfacelou e restaram apenas quatro partidos. Faltou habilidade dos articuladores. É um direito deles, assim como é um direito meu seguir em frente”, avaliou.
Cássio defendeu também a implantação de ar condicionado no transporte coletivo da cidade, mas ponderou que não tem como implantar o sistema do dia para a noite e sim por etapas ao longo do tempo.
A respeito de sua forma de atuar politicamente, o deputado respondeu que “não perde tempo com brigas partidárias e ideológicas” e que caso eleito vai buscar o diálogo com o governo estadual e com o governo federal para beneficiar a população de Belém.
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