Pesquisa será realizada em 19 estados e distrito federal e o Instituto Evandro Chagas coordenará os trabalhos no Estado do Pará
Com a queda da cobertura vacinal observada em vários países, incluindo o Brasil, o Programa Nacional de Imunização (PNI), ligado ao Ministério da Saúde, propôs um inquérito nacional com objetivo de ea cobertura vacinal em crianças com 12, 18 e 24 meses e que residam nas áreas urbanas de 19 capitais e em Brasília. No Pará a coordenação será do Instituto Evandro Chagas, pela equipe chefiada pela pesquisadora Consuelo de Oliveira e as atividades de campo (visitas domiciliares) serão executadas pela empresa Science. A data das visitas ainda será anunciada.
Na capital paraense, além do IEC o inquérito será desenvolvido em parceria com a Universidade do Estado do Para (UEPA), da Coordenação Municipal de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e apoio da Coordenação Estadual de imunizações da Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa). A pesquisadora explica a importância dessa investigação, especialmente após um ano em que a cobertura vacinal chegou a 50%, devido à pandemia da Covid-19.
“Como a nossa logística da aplicação da vacina é distinta, precisamos conhecer se os motivos da queda são iguais ou diferentes aos observados nos diferentes países. A estimativa real da cobertura na corte de nascidos vivos em 2017, 12 anos após o último inquérito nacional realizado em 2007 que também coordenei é fundamental para se avaliar o PNI e identificar suas barreiras e facilitadores de sua implementação proporcionando subsídios para proposição de estratégias para melhorar o seu desempenho”, ressaltou Consuelo de Oliveira.
Entre as coberturas vacinais que serão investigadas estão presente a BCG, hepatite B, Poliomielite, Pentavalente, rotavirus humano, febre amarela, meningococo conjugada C, pneumococo conjugado 10 valente, influenza, Hepatite A, tríplice viral, varicela e reforço para DPT e Poliomielite. Todas elas fazem parte do PNI, e com o inquérito será possível “obter os dados reais da cobertura vacinal estimada pelos inquéritos quando comparado aos dados administrativos obtidos pelo sistema de informação do Programa Nacional de Imunização e os principais fatores de interferência das condições de vida na cobertura vacinal”, esclarece a pesquisadora.
A participação da população
Para que o trabalho atinja aos objetivos propostos, a metodologia que será empregada no inquérito contará com entrevistas domiciliares e com registros fotográficos da carteira de vacinação da criança nascida em 2017. De acordo com Consuelo de Oliveira “nessa etapa é imprescindível que a população conheça a pesquisa e o responsável pela criança receba o entrevistador devidamente identificado para responder a um breve questionário e permita o acesso a carteira de vacinação, contribuindo para a consolidação de dados da real situação vacinal da criança brasileira”.
Com esses dados em mãos, a pesquisadora diz que será possível o Ministério da Saúde, por meio do PNI desenvolver políticas públicas cada vez mais eficazes para a vacinação. “Com os resultados obtidos em âmbito nacional da estimativa de cobertura vacinal do esquema completo do calendário de vacinação do PNI espera-se esclarecer se a queda da cobertura vacinal observada desde 2017 corresponde na mesma magnitude registrada pelos dados oficiais e que possam orientar as pesquisas qualitativas sob coordenação do Governo Federal para melhorar a execução do PNI no enfrentamento das atitudes de hesitação ou recusa de vacinação e assim definir as estratégias que possam promover a melhoria da cobertura vacinal no país, com a participação efetiva de estados e municípios.”
O IEC, desde a década de 1990, vem se destacando nos estudos clínicos com vacinas. Um dos destaques são os estudos pioneiros com as candidatas à vacina contra Rotavirus, únicos no Brasil e que foram decisivos para sua inclusão no calendário básico de vacina do Brasil em 2006. Recentemente, a instituição em parceria com Biomanguinhos (Fiocruz) desenvolveu estudos de fase III da vacina Tetraviral (contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela).
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