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Os filhos da elite de Belém pagam para brincar, e o Tatoo Park paga para sujar a cidade |
O lixo do Tatoo Parka é despejado na D. Romualdo Coelho próximo à Diogo Moia |
A empresa despeja seu lixo na beira do asfalto e nem se incomoda com as reclamações |
Este homem foi flagrado despejando lixo na calçada da Santa Casa, hoje pela manhã |
Belém está sendo tomada por carroceiros, ou carreteiros, que empurram enormes carros de mão feitos de madeira sustentados por eixo de automóveis, cujas atividades consistem em cobrar para retirar entulho e todo tipo de lixo de uma casa, loja, enfim, e livrar-se do resíduo poluente. Esse livrar-se, no entanto, consiste em carregar o material e jogá-lo em plena via ou passeio público, numa distância que vai de uma quadra ou rua próxima que não incomode a visão do seu contratante – tão ou mais criminoso quanto ele.
A frente de onde moro e trabalho tem sido especial local de “desova” de lixo dessa forma. Há uns 5 dias a Prefeitura recolheu a última montanha inacreditável que se forma às vezes em 24 horas. Estava tudo limpo.
Mas, amanhecendo o sábado último, deparei-me em frente com um monturo agressivo. Ao pesquisar o próprio material, encontrei indícios que, após conversar com trabalhadores do entorno, confirmaram tratar-se de lixo da empresa Tatto Park. Sim, isso mesmo, o parque de diversões infantil que fica na travessa Wandenkolk entre Bernal do Couto e Diogo Móia, a uma quadra de distância do local despejado.
Fui ter com os responsáveis. Ao conversar com uma senhora que seria gerente e informá-la que iria pedir a instauração de inquérito por crime ambiental assim como representar à Prefeitura para ser aplicada multa ela saiu-se com a pérola:
– Mas nós contratamos um carroceiro, e não temos nenhuma responsabilidade pelo o que ele fez com o lixo!
Após eu informa-la que o que fizeram constituía crime, que nesse caso a lei prevê que a responsabilidade do resíduo sólido é do seu produtor, e que eles deveriam contratar empresa especializada para colocar um container e retirá-lo após estar cheio, ao final, pareceu aceder, ao perguntar o local exato em que formara o “lixão”. Passados uns 20 minutos depois, chega então um outro funcionário, também estupefato porque isso não era responsabilidade do Tatoo Park, que transferira a obrigação de “livrar do lixo” ao carroceiro….
Uma hora depois, passando de automóvel junto ao muro da Santa Casa de Misericórdia fiz uma tomada fotográfica do exato momento em que um carroceiro jogava lixo na via e no passeio público, como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. O que parece estar se estabelecendo como tal em Belém, onde é o crime que prevalece, e a cidadania vai escasseando.
Isso é por demais claro quando os donos de um empreendimento (Tatto Park), que recebe para recreação crianças de classe média alta, não dão a mínima para o que os pais acham de sua atitude de despejar lixo na via pública para economizar o rico dinheirinho das caríssimas horas que cada criança paga, sem se importar na cadeia de atraso e de estímulo ao crime que isso representa.
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