Não é segredo que o açúcar é o delicioso, porém perigoso culpado por uma série de graves problemas de saúde, incluindo diabetes tipo 2 e doenças cardíacas. Mas talvez você se surpreenda ao saber que ele pode até acelerar o envelhecimento do seu cérebro, de acordo com uma nova pesquisa divulgada pelo The Mirror.
Cientistas da Universidade de Oxford analisaram ressonâncias magnéticas cerebrais de 40.000 britânicos em todo o país para entender melhor quais fatores podem contribuir para o início da demência.
Entre os 161 fatores identificados, descobriu-se que ter diabetes tipo 2 é um dos mais prejudiciais, muitas vezes resultante de uma dieta rica em açúcar.
“O que torna este estudo especial é que examinamos a contribuição única de cada fator de risco modificável, considerando todos eles juntos para avaliar a degeneração resultante deste ponto fraco específico do cérebro”, afirmou o Professor Anderson Winkler, co-autor baseado nos EUA, da Universidade do Texas Rio Grande Valley.
Com uma abordagem holística e abrangente, levando em conta os efeitos da idade e do sexo, três fatores surgiram como os mais prejudiciais: diabetes, poluição do ar e álcool.
Demência é caracterizada pela perda de funcionamento cognitivo, tornando difícil para os afetados lembrar, pensar e tomar decisões independentemente. Isso pode ter um impacto significativo na vida cotidiana, muitas vezes resultando em emoções intensas e confusão.
No Reino Unido, quase um milhão de pessoas sofrem de demência, com uma a cada 11 pessoas com mais de 65 anos sendo afetada, de acordo com o NHS. Além dos 161 fatores de risco identificados, eles foram agrupados em 15 principais culpados, incluindo pressão arterial, colesterol, peso e diabetes.
Se você é culpado de consumir álcool em excesso, os cientistas advertem que você também pode estar em risco, assim como os fumantes e até mesmo aqueles com humor depressivo.
Outros podem ficar surpresos ao saber que a poluição do ar e a falta de sono também desempenham um papel, com a fadiga associada a um aumento nas proteínas da doença de Alzheimer.
A professora Gwenaëlle Douaud, líder do estudo, acrescentou: “Sabemos que uma série de regiões cerebrais degenera mais cedo com o envelhecimento, e neste novo estudo mostramos que estas partes específicas do cérebro são particularmente vulneráveis ao diabetes, à poluição do ar relacionada ao tráfego – cada vez mais um grande fator na demência – e ao álcool, entre todos os fatores de risco comuns para a demência.
“Descobrimos que várias variações no genoma influenciam essa rede cerebral, e elas estão relacionadas a mortes cardiovasculares, esquizofrenia, doença de Alzheimer e Parkinson, bem como aos dois antígenos de um sistema sanguíneo pouco conhecido, o esquivo sistema de antígenos XG, o que foi uma descoberta totalmente nova e inesperada.”
Embora esses fatores possam acelerar o desenvolvimento da demência, acredita-se que eles sejam, em sua maioria, “modificáveis”, o que sugere que ainda há tempo para mudar hábitos pouco saudáveis.
No Brasil, as estatísticas sobre demência também são preocupantes:
- Estimativa atual: De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 2 milhões de pessoas vivem com alguma forma de demência no Brasil.
- Tendência de crescimento: Estima-se que esse número triplique até 2050, chegando a mais de 6 milhões de pessoas. Esse aumento está relacionado ao envelhecimento da população brasileira.
- Subdiagnóstico: Mais de 70% das pessoas com demência no Brasil não estão diagnosticadas. Isso significa que o número real de pessoas com a doença pode ser muito maior do que as estimativas atuais.
- Falta de conhecimento: A demência ainda é uma doença pouco conhecida pela população brasileira. Isso dificulta o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.
A demência é uma questão global, afetando mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo.