A promotora de justiça Lorena de Albuquerque Moreira Cruz entrou na justiça eleitoral com ação de investigação judicial eleitoral, pedindo a cassação do prefeito de Abel Figueiredo, Antônio Calhau (PL), e do vice dele, Evandro Oliveira Santos (PSB), por compra de votos nas eleições de 2020.
A representante do Ministério Público Eleitoral acatou uma denúncia feita pelo ex-prefeito daquele município da Região do Rio Capim, Hidelfonso de Abreu Araújo (Progressistas), derrotado nas eleições, contra Antônio Calhau e seu vice e no último dia 28 de julho solicitou ao juízo da 51° Zona Eleitoral a cassação do mandato dos dois.
“A prova carreada aos autos conduz à certeza de que houve captação ilícita de sufrágio e abuso do poder econômico praticado pelos investigados, merecendo a presente demanda sua total procedência”, afirma a promotora na ação. De acordo com o processo, os dois são acusados de abuso de poder econômico por meio de compra de votos nas eleições de 2020, em que Antônio Calhau teve 2.329 votos, contra 2.248 votos do então prefeito Hidelfonso Araújo, uma diferença de 81 votos.
A promotora eleitoral cita na ação que as investigações comprovaram a entrega de dinheiro pelo então candidato a vice, Evandro Santos, e do também acusado, Adeilson Ataíde Mateus, a eleitores para que votassem em Antônio Calhau.
O eleitor Júnior Pereira dos Santos disse à promotora em seu depoimento que o próprio candidato a prefeito o procurou e lhe ofereceu emprego na Prefeitura de Abel Figueiredo, caso fosse eleito. Disse também que recebeu R$ 100,00 das mãos de Adeilson Mateus, do grupo político do atual prefeito, como forma de garantir que ele votaria no candidato Calhau e para que fizesse um vídeo em apoio ao candidato.
A testemunha afirmou que não fez o vídeo nem postagem nas redes sociais em favor do candidato do PL, pois apoiava o então prefeito. Júnior dos Santos também disse que viu Adeilson Mateus e a vereadora Joelma dando dinheiro para outros eleitores, fato que foi filmado e cujo vídeo foi anexado no processo.
Por fim, Júnior dos Santos disse que foi ameaçado por apoiadores do atual prefeito para que não comparecesse na audiência com a promotora, pois “poderia ser perigoso para ele” e que não estava dormindo mais em casa com medo das ameaças.
Já o informante do Ministério Público, Airton Lucas Nascimento de Oliveira, disse que viu o atual vice-prefeito entregando notas de R$ 20 à eleitora Maria Mota para que a filha dela, que mora em outra cidade, fosse votar em Abel Figueiredo. Airton Nascimento filmou tudo e postou em grupos de mensagens por aplicativos.
Outra testemunha, Thiago Guatieiro Silva também disse que Adeilson Mateus lhe ofereceu dinheiro para votar em Calhau. Agora, a população de Abel Figueiredo aguarda ansiosa a decisão da justiça eleitoral.