Novas provas anexadas ao processo que apura o assassinato do ilustrador Matteo Lima dos Santos, de 25 anos, em Santarém, na Região do Baixo Amazonas, oeste paraense, indicam que a autora do crime, a ex-namorada dele, Raquel Silva Travassos, deu um tiro a queima-roupa na cabeça dele, quando ele já estava baleado, explodindo o crânio do rapaz.
Com base nessas novas provas, o promotor de Justiça de Santarém, Alexandre Azevedo de Mattos Moura Costa denunciou à justiça e pediu a prisão preventiva de Raquel Travassos, acusada de homicídio qualificado, ocorrido no dia 21 de junho deste ano. A motivação foi porque ela não aceitou o fim do relacionamento.
Na denúncia, encaminhada ontem (2), o promotor aponta que Raquel Travassos adotava comportamentos abusivos durante o relacionamento com Matteo Santos, chegando ao ponto de invadir a residência dele pela janela, sem autorização.
Segundo foi apurado durante as investigações, a vítima teria tentado a separação da autora do crime mais de sete vezes, sem que, no entanto, a assassina aceitasse.
Informa o promotor que nessas circunstâncias de agressividade e possessividade, na véspera do crime, após uma discussão durante a madrugada, o casal encerrou a relação, o que novamente não foi aceito pela mulher.
Só que, diferente das outras ocasiões, o rapaz estava com viagem marcada para São Paulo, onde passaria uma temporada a trabalho, o que levaria ao término definitivo do namoro. Dessa forma, a denunciada decidiu matar o ex-namorado. Na manhã do crime, ela foi até a residência dos pais e pegou uma arma de fogo do pai dela, que é policial militar, e saiu para concretizar o homicídio.
Ainda de acordo com a denúncia, ao chegar no apartamento de Matteo, localizado na avenida Cuiabá, no bairro Caranazal, por volta de 12 horas, Raquel efetuou quatro disparos na direção dele, dos quais três o atingiram, sendo um tangencial, outro transfixante à curta distância, e um explosivo, encostado na cabeça, causando explosão craniana.
Na ocasião, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) ainda esteve no local, mas era tarde. “Infelizmente a vítima já estava em óbito. A cabeça ficou deformada por um tiro de pistola. Outros tiros atingiram o maxilar e a mão dele. Realmente uma cena muito triste no local”, disse o enfermeiro do Samu, Joziel Colares, que atendeu o chamado.
A mulher foi presa em flagrante e conduzida para a 16ª Seccional de Polícia Civil para prestar depoimento. Em uma rede social, Raquel Travassos havia feito uma postagem, cantando e chorando, falando do fim do relacionamento. Depois, ela foi liberada pela justiça para responder pelo crime em liberdade.
O promotor afirma que a motivação egoística e o comportamento possessivo, além da própria materialidade do crime (laudos periciais) somente foram observados após cumprimento das diligências requeridas pelo Ministério Público, configurando, portanto, provas novas ao processo.
Por fim, alega o promotor na denúncia que “as novas provas evidenciaram também que a forma de execução do delito demonstra a utilização de extrema violência, frieza e planejamento do crime, que somado a outros fatos, permitiu a conclusão pela necessidade de sua prisão cautelar”, cujo pedido será analisado pelo Juízo da 3ª Vara Criminal de Santarém.