O Dia do Trabalhador, comemorado todos anos no 1º de maio, é uma data simbólica do sindicalismo no Brasil e no mundo. Tradicionalmente, as centrais sindicais promovem shows, sorteios e serviços para comemorar com seus associados. A origem histórica dessa data vem da Revolta de Haymarket, em 4 de maio de 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, quando operários em greve entraram em confronto com a polícia, que promoveu um massacre, matando vários dos grevistas.
Apenas os Estados Unidos não comemoram o Dia do Trabalhador no 1º de maio. Lá, o Labor Day é lembrado na primeira segunda-feira de setembro. No restante do mundo, a data se tornou tradicional, tendo sido instituída no Brasil em 1925, durante o governo de Arthur Bernardes, por pressão dos operários, que estavam organizados desde a greve geral de 1917, em São Paulo, com reivindicações básicas como aumento de salário, redução da jornada, proibição do trabalho infantil e do trabalho feminino noturno. Aos poucos, a organização dos trabalhadores conseguiu melhorias nas condições e na remuneração.
Nos últimos anos, em 2020 e 2021, não houve comemorações públicas pelo Dia do Trabalhador, por causa da pandemia. Por isso, havia uma grande expectativa sobre como seriam esses evantos em um ano eleitoral, no qual os dois líderes nas pesquisas, o ex-presidente Lula e o atual presidente, Bolsonaro, programaram aparições para o domingo.
Mas o que se viu foi um duplo fiasco. Pouca gente compareceu à Esplanada dos Ministérios para apoiar a campanha de Bolsonaro contra ministros do Supremo Tribunal Federal e reforçar suas dúvidas sobre a Justiça eleitoral e o uso da urna eletrônica, vilões escolhidos pelo presidente para animar sua base. Bolsonaro ainda fez uma aparição em vídeo para outras manifestação, na Avenida Paulista, também com poucas pessoas.
O atual líder nas pesquisas, Lula, fez sua aparição na manifestação das centrais sindicais em São Paulo, no Campo de Marte, que também teve uma constrangedora baixa audiência. Lula adiou ao máximo seu discurso, na esperança de que mais pessoas chegassem ao local, mas foi em vão. As tentativas de polarizar, também, o 1º de maio, foram imfrutíferas para os dois pré-candidatos.
Os resultados mostram que a eleição presidencial, apesar de próxima, ainda não empolgou na disputa entre o que está aí, e o que já passou, e muita coisa ainda poderá mudar até outubro, a depender, sobretudo, da evolução da economia, das condições do emprego, do aumento dos preços dos combustíveis. Ninguém pode dizer agora que já ganhou a eleição ou que tudo está perdido. Vamos acompanhar.