Uma reunião de fazendeiros está agendada para o dia 14 de março, na quadra da escola Dom Bosco, em Porto de Moz, município onde está localizada a Reserva Extrativista Verde para Sempre. A notícia intrigou o Ministério Público Federal, que exige explicações, porque a região é protegida da ação de pecuaristas.
A divulgação está sendo feita pelas redes sociais e convoca para o “3º Encontro dos Criadores de Gado da Resex Verde para Sempre”, com a presença anunciada do senador Zequinha Marinho (PSC), do deputado federal Júnior Ferrari (PSD) e do presidente do Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Homero De Giorge.
Procuradores da República tomaram conhecimento do fato e enviaram ofício ao presidente do (ICMBio) pedindo esclarecimentos sobre a presença dele em uma reunião de pecuaristas que atuam naquela Reserva Extrativista. E deram prazo de 15 dias para que De Gioge responda ao ofício, informando qual o papel dele no referido encontro.
A Reserva foi criada em 2004 para proteger 1,3 milhão de hectares de florestas ainda preservadas na região do baixo Xingu, onde moram cerca de 10 mil pessoas em comunidades com tradição extrativista, ribeirinha e de agricultura familiar.
As famílias criam animais de pequeno porte e, com base em planos de manejo aprovados pelo poder público, podem até explorar recursos madeireiros, mas a presença de grandes criadores de gado e de pecuária extensiva é vedada na área.
No ofício enviado a De Giorge, os procuradores lembram que a criação de gado nesse tipo de unidade de conservação só é permitida para comunidades tradicionais e para subsistência. “O exercício da pecuária fora de tais casos é incompatível com as finalidades das Reservas Extrativistas”, diz o documento, assinado por 11 procuradores da República.
Para eles, cabe ao presidente do ICMBio “garantir o cumprimento das finalidades das unidades de conservação, devendo tal conduta ser adotada tanto em suas manifestações formais quanto em manifestações públicas”.
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