Na última segunda-feira (18), um policial militar da reserva, identificado como “Botelho”, foi detido pela Polícia Federal sob a suspeita de fazer parte de uma milícia armada envolvida em invasões de terras em Tomé-Açú, localizado no nordeste do Pará. As investigações sobre o caso estão em andamento e mantidas em sigilo.
A região em questão tem sido palco de conflitos relacionados à disputa de terras entre comunidades indígenas e empresas do setor de óleo de palma, conhecido como “guerra do dendê”. Em uma das invasões armadas ocorridas, três pessoas foram feridas em uma aldeia indígena.
De acordo com as denúncias em investigação, um grupo de indígenas buscava expandir suas áreas de ocupação e teria contratado serviços de pistoleiros, incluindo “Botelho” e outros dois indivíduos que utilizavam coletes semelhantes aos da Polícia Federal. Tal situação gerou um conflito interétnico entre os indígenas Tembé.
Além de ameaças diretas aos indígenas, “Botelho” e os outros suspeitos são acusados de escoltar cargas roubadas de dendê e participar das invasões de terras. A prisão do policial é parte da segunda fase da operação Guaicuru, que também resultou na detenção de duas lideranças indígenas em janeiro deste ano.
Segundo a Polícia Federal, “Botelho” é suspeito de invadir terras produtivas de dendê e de atentar contra povos indígenas e quilombolas. Ele foi preso em sua residência.
A operação contou com o apoio da Polícia Civil do Pará, que não divulgou detalhes sobre a operação.
Os crimes investigados incluem tentativa de homicídio, associação criminosa, formação de milícia privada e posse ilegal de arma de fogo, entre outros, segundo informações da Polícia Federal.
A operação Guaicuru também resultou na prisão de dois indígenas suspeitos de provocar conflitos entre comunidades tradicionais na região de Tomé-Açú. Ambos permanecem detidos, enquanto um terceiro indígena está foragido.
As investigações indicam que as lideranças indígenas presas utilizavam sua posição para cometer diversos crimes, inclusive contra sua própria comunidade, como tentativas de homicídio, associação criminosa, formação de milícia privada e posse ilegal de arma de fogo.
Um dos suspeitos foi detido no Aeroporto de Belém, enquanto se dirigia a São Paulo. Ele também é investigado por ameaças a servidores do Ibama. A segunda prisão ocorreu durante fiscalização na rodovia BR-010, no município de Irituia, nordeste paraense, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).















