Elaine Souza Garcia, de 34 anos, conhecida no submundo do crime como “Patroa”, foi presa por tempo indeterminado em uma ação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público de São Paulo (MPSP). Elaine é apontada como uma peça fundamental no esquema do Novo Cangaço, responsável por uma série de roubos a bancos em cidades pequenas, onde quadrilhas fortemente armadas tomam o controle das localidades durante os assaltos.
Segundo as investigações, Patroa exercia um papel central na logística criminosa, sendo a responsável por negociações envolvendo drogas, armamentos e por monitorar assassinatos de rivais, relatados diretamente por seus subordinados. Entre eles, seu próprio marido, Delvane Lacerda, mais conhecido como Pantera, considerado um membro de alta patente no Primeiro Comando da Capital (PCC). Relatórios da PF revelam que Pantera teve um papel significativo na expansão da facção para o Piauí, ampliando o domínio territorial e o poder do PCC.
Casados há oito anos, Pantera e Patroa formaram uma dupla de comando no mundo do crime. Eles obtinham armamento pesado através de Otávio Alex Sandro Teodoro de Magalhães, o Terrorista, um atirador esportivo e colecionador de armas (CAC). Terrorista não apenas vendia armas ilegalmente, como também treinava o casal no manuseio de fuzis, utilizados em ataques violentos, incluindo as ações atribuídas ao Novo Cangaço. Vídeos obtidos pela PF mostram o casal em treinamentos de tiro, supervisionados pelo CAC, evidenciando a preparação para os crimes.
A prisão de Patroa, Pantera e Terrorista ocorreu durante a segunda fase da Operação Baal, deflagrada pela PF em parceria com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Na casa de Terrorista, os agentes encontraram um vasto arsenal, incluindo armas pesadas, explosivos e munições, muitos dos quais sem registro legal. A lei permite que CACs adquiram armamento, mas proíbe a revenda, atividade central no esquema criminoso de Magalhães.
Além do casal e do CAC, foram presos outros membros do PCC, incluindo Jakson Oliveira Santos, o Dako, e Diogo Ernesto Nascimento Santos, que atuavam nas finanças da facção e nas execuções de adversários. A quadrilha, segundo as autoridades, estava diretamente envolvida nas ações que marcaram 2023 com uma série de ataques violentos, especialmente os conhecidos como Novo Cangaço, onde cidades inteiras eram tomadas por terror durante os assaltos a bancos.
As investigações revelam como Elaine, a Patroa, rompeu com o estereótipo de figura secundária e se destacou como uma das lideranças do crime organizado, desafiando as autoridades ao assumir responsabilidades estratégicas em uma das facções mais temidas do país. A prisão dela e dos demais envolvidos representa um importante golpe nas estruturas do Novo Cangaço e do PCC, embora as autoridades reconheçam que o desmantelamento completo dessas organizações ainda seja um desafio imenso.
Com informações do portal Metrópoles