A Polícia Federal restituiu ao Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) duas peças sacras, pertencentes ao acervo da Catedral de Belém, no Pará. As peças, consideradas parte do patrimônio histórico e cultural brasileiro, haviam desaparecido na década de 1970.
A descoberta das peças aconteceu quando o IPHAN identificou, em um leilão, itens com características indicativas de bens tombados. A entidade determinou a retirada imediata das peças do evento, questionando sua origem e propriedade.
A suspeita se confirmou ao encontrar, na Biblioteca Virtual do IBGE, uma fotografia da vista interna da Catedral Metropolitana de Belém, que mostrava pratarias com as mesmas características das peças prestes a serem comercializadas.
As investigações começaram em outubro de 2023, após a Polícia Federal, alertada pelo IPHAN, apreender as duas peças e encaminhá-las para análise pericial. O laudo pericial constatou que os tocheiros foram fabricados entre 1822 e 1870, em Lisboa, Portugal.
Um dos tocheiros trazia a inscrição em latim “SIGILLUM CAPITULI CATHEDRALIS ECCLESIAE MAGNI PARÁ – MATER GRATIAE,” que traduzido significa “Selo do Cabido da Grande Igreja Catedral, Pará/Senhora da Graça.”
A representação de Nossa Senhora da Graça de Belém também estava gravada na base dos tocheiros recuperados.
Após parecer técnico do IPHAN e laudo de perícia criminal federal, as peças foram oficialmente entregues de volta ao acervo da Catedral Metropolitana de Belém.
O roubo e comércio ilegal de peças sacras no Brasil se tornaram um negócio lucrativo, com itens históricos sendo frequentemente leiloados sem comprovação de origem. A recuperação dessas peças destaca a importância de vigilância e colaboração entre órgãos como o IPHAN e a Polícia Federal para proteger o patrimônio cultural do país.

Os policiais federal restituíram as duas peças roubadas ao patrimônio da Arquidiocese de Belém. Foto PF