A Polícia Federal do Pará indiciou os dois homens que agrediram o deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) no dia 1º de julho deste ano, em um supermercado do centro de Belém. A ação foi registrada pelas câmeras do circuito interno de vigilância do estabelecimento e também por filmagens de celular de frequentadores do local, além de terem sido confirmados por vários clientes e funcionários do supermercado, que serviram de testemunha em depoimento à PF.
As imagens mostram dois homens agredindo verbalmente o parlamentar, sem motivo objetivo, aos gritos de: “os vermelhos têm que morrer”. Cabe, agora, o ajuizamento de ações cíveis e criminais. O delegado da Polícia Federal, Diego Campos de Almeida, decidiu indiciar os dois envolvidos pelo crime de injúria, previsto no artigo 140 do Código Penal, cuja pena pode variar de 1 a 6 meses de detenção ou multa.
Dos envolvidos, o primeiro a depor foi um homem de 22 anos, de nome Dorivaldo Carvalho da Silva, morador de Belém, que aparece nas imagens de camisa vermelha e mochila nas costas. O outro envolvido a depor foi Rogério dos Santos F. Gonçalves, 56 anos, morador de Piracicaba, em São Paulo, que estava de passagem por Belém e aparece de camisa verde clara nas filmagens.
Rogério era o mais exaltado dos acusados e precisou ser contido para que não agredisse fisicamente o deputado. Ele fugiu do local quando o deputado acionou a Polícia do Pará.
“Lamento o ocorrido e o constrangimento causado aos que estavam no supermercado e também agradeço aos que se solidarizaram em todo o país. Naquela noite de uma segunda feira, após um dia de trabalho incluindo três audiências, e horas antes de viajar para mais uma semana de trabalho em Brasília, tudo o que eu queria era estar junto à minha família”, afirmou Edmilson.
E continua: “quem me conhece sabe que sou um parlamentar aberto ao diálogo, participo de diversas atividades na cidade, sem nunca ter sofrido uma agressão deste tipo. Agradeço e parabenizo o delegado da Polícia Federal pela conclusão do inquérito, com o indiciamento dos agressores. Jamais aceitarei agressões e vilipêndios à minha dignidade ou a de qualquer pessoa, porque será a luta pela paz e pela justiça que estará sendo agredida”.
A advogada de Edmilson, Valéria Fidélis, explica que a partir do indiciamento, os dois acusados podem responder criminal e civilmente, sendo que o ajuizamento da ação criminal cabe ao procurador do Ministério Público Federal que está atuando no caso, Vítor Souza Cunha, enquanto a ação cível compete à própria vítima, o que significa um processo por danos morais a ser ajuizado no próximo mês de janeiro. “Acredito que (o indiciamento e o processo judicial) sirvam de lição para que não se repita”, resumiu o parlamentar psolista. Texto: Enize Vidigal.
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