Nessa área centenas de garimpeiros extraem ouro de forma ilegal |
Cerca de 120 índios caiapós vivem na aldeia Turedjan. Ela foi criada em 2006 |
criminoso de garimpo e comercialização ilegal de ouro.
Cerca de 70 policiais
federais estão na área indígena, cumprindo 11 mandados de
prisão preventiva, a 14 mandados de busca e apreensão e 3 mandados de
condução coercitiva, expedidos pela Justiça Federal de Redenção. Além
de Redenção e Ourilândia do Norte, estão sendo executados
mandados nas cidades de Porto Nacional (TO) e São José do Rio Preto (SP). Segundo a PF, as investigações começaram no final de 2015.
realizado em março deste ano pela Fundação Nacional do Índio (Funai) e Polícia Federal, verificou-se
que o coração da atividade garimpeira na região sul do Pará, atualmente,
é realizada no garimpo da aldeia Turedjan, em Ourilândia do Norte.
Foram identificadas cerca de 40 pás-carregadeiras posicionadas em
diversos pontos de garimpos, situados num raio de aproximadamente 10 quilômetros,
o que demonstrava o ritmo da atividade extrativista ilegal na região.
Índios no esquema
A reserva indígena se tornou o destino de centenas de garimpeiros
clandestinos e pelas estimativas da Funai são
extraídos 20 quilos de ouro por semana do local, o que pode representar
movimentação mensal de R$ 8 milhões, considerado o valor do grama do
ouro no “mercado paralelo”. O fluxo de pessoas nessa região
resultou em conflitos entre os garimpeiros, que disputavam uma mesma
área, gerando um clima tenso, onde ameaças de morte eram uma constante.
alguns casos, eram responsáveis por decidir os conflitos entre
garimpeiros, delimitando a área que cada um poderia explorar. O avanço
da atividade garimpeira também gerava graves crises entre tribos
diversas que ocupam reservas limítrofes na região.
As
investigações apontaram para o envolvimento de indígenas da própria
aldeia Turedjan, que compactuavam e lucravam com a atividade garimpeira
clandestina, bem como comerciantes de ouro da região. Estes atuavam como
receptadores do minério extraído ilegalmente, repassando-o para os
estados do Tocantins e São Paulo, de onde era distribuído para o resto
do país.
Poluição e desmatamento
Os danos ambientais
causados pela atividade clandestina de mineração são muitos. Os mais
recorrentes são desvio do curso de rios, desmonte hidráulico (no caso de
garimpagem mecânica), aterramento de rios e contaminação do solo, ar e
águas por meio de metais pesados, principalmente o mercúrio. A paisagem
de locais onde existem ou já existiram garimpo é modificada. Vegetações
são extintas e animais fogem ou morrem por causa da contaminação
causada.
Até o momento, ficou demonstrada que os investigados incidiram na
prática dos crimes de usurpação de bem da União, extração de recursos minerais sem autorização, diversos outros crimes ambientais, receptação qualificada e
associação criminosa. Com a busca e apreensão
de documentos, em complemento às declarações dos envolvidos, pretende-se
aprofundar as investigações, no sentido de identificar outros
participantes do esquema criminoso.
danos ambientais causados e a prática do crime de lavagem de capitais
(art. 1° da Lei 9.613/98) pelos comerciantes de ouro, que auferiam
lucros altíssimos com a atividade criminosa. O nome da operação (muiraquitãs) significa objetos utilizados por povos indígenas como amuletos, símbolos de
poder ou, ainda, como material para compra e troca de artefatos
valiosos.
Briga entre índios
aconteceu no centro da cidade. O clima era tenso, os índios estavam armados com machados e facões.
Eles saíram pelas ruas da cidade perseguindo outros indígenas de aldeia
rival. A ação assustou a população de Ourilândia.
O motivo para a briga foi a disputa por divisa de territórios de garimpos na região entre as aldeias Kikretum e Turedjam. Os caciques que são contra a exploração de ouro e os que defendem a atividades ilegal tornaram-se inimigos e já há registros de ameaças de morte entre eles.
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