Um silencioso arranjo ou uma oportunidade ocasional? Essa pode ser a opção, de quem analisar a realidade de uma empresa denominada de turismo de aventura. Quem disse que a diversão ambiental não gera lucros? E bons lucros.
Quem vai ao Parque do Utinga já percebeu que para percorrer todo os mais de 4 quilômetros de percurso da área destinada ao passeio do público, precisa de disposição e de “sebo nas canelas” para caminhar ou pedalar.
Pois bem, o usuário que quiser conhecer os lagos Bolonha e Água Preta e toda a diversidade da Unidade de Conservação, precisa desembolsar, além dos R$ 6,00 nas duas primeiras horas por conta do serviço de estacionamento, “casar” R$ 10,00, por hora, pelo aluguel de bicicletas oferecidas pelo serviço da Amazônia Aventura.
Vamos à Matemática? Se 40 bicicletas para família ao preço de R$ 20,00 somam R$ 800,00 por hora e R$ 8 mil no período de 10 horas. Contudo, as contas não param por aí. Ainda se tem cerca de 300 bikes comuns ao valor de R$ 10,00 a hora, cada. Nessa operação, uma hora somaria R$ 3 mil o conjunto.
Acontece que temos que multiplicar por 10 horas também (das 7h às 17h), o que resulta em R$ 30 mil em apenas um dia. R$ 30 mil das bicicletas comuns mais os R$ 8 mil temos quase R$ 40 mil em único dia. No sábado e domingo se somariam R$ 80 mil. No mês, estaríamos falando em R$ 320 mil.
A Amazônia Aventura já é conhecida por serviços oferecidos no Parque dos Igarapés, passeios para o Combu e trilhas no mesmo Parque do Utinga ao preço de R$ 20,00, além do boia cross e rapel com valores que oscilam de R$ 10,00 a R$ 20,00.
Excluídos e protegidos
Pergunta-se? Por que será que não é oferecido um transporte para a circulação de visitantes com problemas de locomoção, com necessidades especiais ou com limitações por conta da idade (terceira idade ou crianças) ou ainda problema físico? Poderíamos entender e com uma resposta lógica, para atender ao serviço da Amazônia Aventura.
Mas sob a proteção de quem? Ideflor ou Pará 2000? Ou os dois?
Com a palavra, o governo do Estado.
Em tempo:
O que chegou ao Ver-o-Fato é que a empresa de aventura pertence a um militar do Exército Brasileiro. Detalhe: não pagaria nada para atuar no Parque. Ele jogaria sozinho na parada.
Até se tentou colocar um ou mais concorrentes para disputar o altamente lucrativo negócio, de forma saudável, à escolha do visitante. A ideia foi abortada.
E os mais de R$ 300 mil auferidos, por mês, referem-se apenas ao faturamento do sábado e domingo. Imagina-se com o restante da semana, menos às terças-feiras quando o Parque do Utinga fecha para manutenção.
O militar, segundo fonte do atual governo, reina sozinho e estaria se valendo do fato de desenvolver o negócio antes da inauguração do Parque. Ele já oferecia algumas monitorias de trilhas.
Quer dizer, além de jogar sozinho e não ter concorrentes, impondo seus preços, o militar que começou sem barraca, hoje tem quase dez tendas que agasalham as mais de 300 bicicletas comuns e de família, além de uma oficina do tipo 0800.
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